sexta-feira, abril 17, 2009

Economia e Comportamento 2

Muitos administradores de fundos quantitativos (...) têm incorporado questões comportamentais e feito dinheiro com elas.

Where can asset allocation go from here? - John Authers - 13 April 2009 - Financial Times
Surveys FNM1 - 24

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quinta-feira, abril 16, 2009

Economia e Comportamento

(...) As idéias da economia comportamental serão provavelmente mais influentes num emergente novo mundo. (...) Mercados estão (...) sujeitos a uma ampla variedade de intervenções sociais e distorções. Eles não são máquinas (...)

Gear change on recovery road - Lindsay Tanner - 16 Abril 2009 - The Age – First – p. 8

Raiva

(...) Recentemente, porém, percebemos nos chats de investidores americanos um sentimento igualmente forte, bem descrito na psicologia, mas de pouca consideração nos modelos econômicos: a raiva. Mais especificamente, pudemos notar que alguns investidores estavam agindo em função da raiva.

(...) As razões presumíveis são as frustrações com a perda de riqueza e com a perda de um modelo em que todos acreditavam, e se seguem à busca de culpados e à imensa vontade de punir. É aí que entra o inédito: ver pessoas punindo, com raiva, a partir de vendas maciças e a descoberto. Não são profissionais. São investidores comuns, com discursos patriotas, às vezes simplistas. Mas é marcante a diferença do discurso destas pessoas do de outros que compram ou vendem por ganância ou medo.

(...) A pesquisa acadêmica mostra que isto pode estar acontecendo. Inúmeros desvios da teoria de mercados eficientes já foram documentados pelas finanças comportamentais. A grande importância das emoções no nosso processo de tomada de decisão é cada vez mais compreendida e estudada: elementos afetivos assumem seu papel ao lado de processos cognitivos de alto nível.

(...) Mas existem evidências de que o medo e a raiva têm efeitos opostos na percepção do risco: enquanto pessoas com medo fizeram avaliações de risco pessimistas e fizeram escolhas avessas ao risco, pessoas com raiva expressaram avaliações otimistas em relação ao risco e fizeram escolhas propensas ao risco.

Talvez porque quem tem raiva se sinta mais no controle da situação do que quem tem medo. Isso apesar de a raiva e o medo, ambos, terem uma valência negativa.

Quando os investidores agem em função da raiva
15 Abril 2009 - Valor Econômico - Paulo Possas & Flávia Possas

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Economia Comportamental e Economica Experimental

“Eu nunca entendi direito a diferença entre economia experiemental e economia comportamental. Minha impressao é que isto é simplesmente uma questão de atitude diante da teoria dos jogos: experimental a favor, comportamental contra. O viés anti-teoria dos jogos não é dos fundadores Kahneman e Tversky.

Noam Nisan, via Market Designer

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terça-feira, abril 14, 2009

Espírito Animal

Estou lendo o livro Animal Spirits. Com muita calma. Parei na questão da ilusão da moeda, que quero ler com mais calma ainda. Mas enquanto isto, mais análises sobre o livro. Uma do polêmico Delfim Neto:

O espírito animal
Antonio Delfim Netto - 14 Abril 2009 - Valor Econômico
A tese da maioria dos economistas de que existe um mercado financeiro "perfeito" é um "conto de fadas malvadas" (...)
Felizmente começa a fazer-se alguma claridade sobre as verdadeiras razões que levaram à atual crise financeira internacional. Acaba de ser publicado um livro extraordinário que precisa ser urgente e competentemente traduzido. Deve transformar-se em leitura obrigatória de todos os que desejam um esclarecimento cuidadoso e sofisticado, mas sem complicações, sobre o assunto. Trata-se do volume "Animal Spirits", escrito por dois extraordinários economistas George A. Akerlof e Robert J. Shiller (Princeton University Press, 2009), cujo subtítulo é "Como a psicologia humana comanda a economia e porque ela é importante para o capitalismo global". Apenas um aperitivo (em tradução livre) para estimular o leitor. "Nossa visão de como a economia funciona deve ser adotada não apenas porque ela explica a história macroeconômica. Deve sê-lo porque explica, também, os detalhes operacionais da economia capitalista. Há abundantes evidências do espírito animal discutido nos primeiros cinco capítulos: confiança, equidade, corrupção, ilusão monetária e histórica. Essas são as motivações reais das pessoas reais. E são ubíquas. A presunção da macroeconomia do 'mainstream' de que elas não têm importância choca-nos pelo absurdo. O absurdo é ainda maior porque o espírito animal joga um papel crucial nas respostas às oito questões relativas à economia capitalista que levantamos neste livro: 1) Por que as depressões acontecem? 2) Por que os Bancos Centrais têm poder real? 3) Por que existe o desemprego involuntário? 4) Por que existe uma troca entre inflação e desemprego no longo prazo? 5) Por que a poupança é tão instável? 6) Por que o mercado de ações varia tão selvagemente? 7) Por que há ciclos? e, finalmente, 8) Por que continua a existir uma minoria na pobreza?"

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quarta-feira, abril 01, 2009

Venda sem saber o valor

A notícia a seguir mostra a situação da venda de uma empresa sem que os possíveis interessados tenham uma razoável idéia do seu valor. O grifo no texto, de autoria do blog, indicam as incertezas no processo.

É interessante notar que situações como esta são estudadas dentro da Economia da Informação, geralmente usando o trabalho clássico dos Limões de Akerlof. A consequência natural da ausência de informação é a presença de um elevado deságio no processo.

Entretanto, se ocorrer a participação de muitos interessados no processo de compra, o mesmo pode ser afetado pelo Winner´s Curse. São situações interessantes onde talvez o real valor da empresa só deverá aparecer em alguns meses após a compra.

Corresponde, pois, a comprar um automóvel sabendo que o mesmo pode estar com problemas.

Satyam pode ser vendida antes de eleição na Índia
Valor Econômico - 1/4/2009

O conselho de administração encarregado de gerir a Satyam Computer Services, prestadora de serviços de tecnologia da informação indiana abalada por um escândalo contábil, espera vender a empresa até meados de abril, antes das eleições gerais no país, no que seria um dos acordos de aquisição mais incomuns já vistos.

Os interessados no quarto maior grupo de computação indiano vêm sendo alertados para o fato de não haver contas financeiras confiáveis sobre a empresa e avisados para preparar suas próprias avaliações sobre possíveis passivos com processos de acionistas. "Estamos dizendo às pessoas que não haverá nada disponível nessa frente", disse uma fonte a par da transação, a respeito dos números financeiros.


(...) Desde a admissão em janeiro, o governo indicou um novo conselho para a empresa, que substituiu sua auditoria, a PricewaterhouseCoopers (PwC), pela KPMG e a Deloitte.

As duas empresas de auditoria conduzem uma contabilidade forense nos livros da Satyam e as novas contas completas da empresa são esperadas para daqui a seis meses, bem depois da conclusão do processo de venda.

Apesar das incertezas sobre a real posição financeira da Satyam, a oferta de venda de participação de 51% em seu capital atraiu sete interessados, entre os quais duas empresas indianas, a Larsen & Toubro e a Tech Mahindra. Os outros interessados são investidores estratégicos, como são chamados os compradores que atuam na mesma área da empresa-alvo ou grupos de investimentos em participações.

Possíveis investidores estratégicos estrangeiros, como a IBM, não expressaram interesse, em parte pelo risco representado pelo passivo judicial potencial da Satyam nos Estados Unidos e pelo que pode haver de desconhecido em seu balanço patrimonial.

Os interessados começaram o processo formal de avaliação das contas da empresa na semana passada e devem apresentar suas propostas antes de 15 de abril. As ofertas serão abertas perante um juiz e, em seguida, o vencedor será escolhido.

(...) Analistas dizem que sem os dados financeiros, avaliar a Satyam é uma tarefa altamente subjetiva. A empresa provavelmente será vendida com um grande desconto em relação a seu valor de mercado de US$ 500 milhões. A companhia enfrenta várias ações de investidores nos EUA e um processo da antiga cliente Upaid Systems numa disputa de patentes. O processo de venda vem sendo comparado a uma privatização, mas sem o envolvimento de uma empresa estatal.

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