Quando o Charlatão prevalece
Sobre Charlatões, no Stumbling and Mumbling uma constatação: as pessoas preferem ouvir charlatães, conforme diversos experimentos. Quais as razões?
Uma possibilidade é o viés da confirmação. Você segue o conselho do charlatão quando o que ele diz é próximo ao que você acredita. Uma pesquisa perguntou às pessoas quais artigos sobre pandemia elas queriam ler, a partir dos títulos. Os pessimistas escolhem os artigos pessimistas e as pessoas otimistas escolhem os artigos otimistas. E após a leitura, a crença prévia saiu fortalecida. Isto já tinha sido estudado antes e a conclusão foi a mesma. Existem outras explicações, como o fato de que buscamos especialistas afinados com nossa postura, o efeito rebanho, o viés de seleção, entre outros.
Uma implicação de tudo isso é que uma emissora de serviço público, como a BBC pretende ser, não consegue ser, imparcial. Se você oferecer às pessoas dois lados de uma história ou duas cabeças falantes, muitos escolherão o charlatão ou a história falsa, em vez da verdadeira. E obteremos uma polarização maior - o que pode resultar em uma boa TV, mas não necessariamente em uma boa política ou uma boa sociedade.
Um aspecto que julgo relevante na discussão: talvez "charlatão" não seja algo binário, do tipo "ou é charlatão ou não é charlatão", mas uma escala, onde parte do que é dito pode ser verdadeiro, mas uma parte não.
Marcadores: viés da confirmação
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