Palestra sobre Finanças Comportamentais
"Behavioral Finance" em pauta
São Paulo, 16 de Fevereiro de 2006 - Vice-chairman da Alliance Bernstein discute tema com comunidade local. "Behavioral Finance" ou Finanças Comportamentais. Esse é o tema da visita da indiana Ranji Nagaswami ao Brasil nesta semana. Especialista no assunto, a vice-chairman da Alliance Bernstein - uma das maiores gestoras globais de investimento, com cerca de US$ 600 bilhões em ativos sob administração e sede em Nova York - esteve reunida ontem, em São Paulo, com parceiros locais, entre eles representantes de bancos, distribuidores de fundos e empresas de gestão de recursos. Na agenda, uma palestra promovida para associados da Anbid, a entidade que representa os bancos de investimento, sobre como promover uma consultoria de investimentos eficiente, com base no comportamento do investidor.
Os estudos sobre Finanças Comportamentais - ainda incipientes no Brasil - tratam de como a psicologia afeta as finanças, partindo do pressuposto de que o ser humano é suscetível a cometer erros, ao agir freqüentemente sob impulsos "irracionais" e "passionais". Mudar o comportamento do investidor e condicioná-lo a tomar a decisão correta, no entanto, é uma tarefa difícil e deve levar anos, destaca Ranji. "Quem sabe na geração de nossos filhos", brinca. E o desafio, afirma a executiva, é global e não só dos mercados em desenvolvimento.
Há pelo menos quatro tendências de comportamento do investidor que podem atrapalhar a tomada de decisão, informa Ranji. Uma delas é a "aversão a perdas". "O investidor não teme o risco e, sim, as perdas", afirma. Segundo a especialista, os estudos constataram que a dor da perda é maior do que o prazer dos ganhos. A lição que se tira a partir dessa constatação, continua, é que o acompanhamento diário do comportamento de uma ação (com suas altas e baixas), por exemplo, pode levar a uma decisão errada, uma vez que o investidor dá mais relevância do que deveria aos retornos negativos, mesmo que num cenário de longo prazo o investimento mostre-se rentável.
O investidor tende ainda a cometer erros como comprar papéis quando estão em alta e vendê-los na baixa, ou superestimar o potencial de ganhos, com base em dados do passado e informações que induzem a um comportamento errado. "O futuro quase sempre é desapontador."
Para Ranji, a chave para evitar comportamentos equivocados é a informação. "Matematicamente é impossível ganhar sempre", argumenta. O investidor, na sua opinião, tem de focar o resultado global e usar a volatilidade dos mercados a seu favor, ou seja, aproveitar as baixas para entrar no mercado e as altas para sair.
Outra recomendação da especialista, "e o maior desafio", é convencer o cliente a montar uma estratégia de alocação de recursos e mantê-la pelo prazo determinado. Segundo Ranji, quanto menos operações, menores serão as perdas. "Não operar, às vezes, é melhor."
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 6)(Alessandra Bellotto) - 16/02/2006
São Paulo, 16 de Fevereiro de 2006 - Vice-chairman da Alliance Bernstein discute tema com comunidade local. "Behavioral Finance" ou Finanças Comportamentais. Esse é o tema da visita da indiana Ranji Nagaswami ao Brasil nesta semana. Especialista no assunto, a vice-chairman da Alliance Bernstein - uma das maiores gestoras globais de investimento, com cerca de US$ 600 bilhões em ativos sob administração e sede em Nova York - esteve reunida ontem, em São Paulo, com parceiros locais, entre eles representantes de bancos, distribuidores de fundos e empresas de gestão de recursos. Na agenda, uma palestra promovida para associados da Anbid, a entidade que representa os bancos de investimento, sobre como promover uma consultoria de investimentos eficiente, com base no comportamento do investidor.
Os estudos sobre Finanças Comportamentais - ainda incipientes no Brasil - tratam de como a psicologia afeta as finanças, partindo do pressuposto de que o ser humano é suscetível a cometer erros, ao agir freqüentemente sob impulsos "irracionais" e "passionais". Mudar o comportamento do investidor e condicioná-lo a tomar a decisão correta, no entanto, é uma tarefa difícil e deve levar anos, destaca Ranji. "Quem sabe na geração de nossos filhos", brinca. E o desafio, afirma a executiva, é global e não só dos mercados em desenvolvimento.
Há pelo menos quatro tendências de comportamento do investidor que podem atrapalhar a tomada de decisão, informa Ranji. Uma delas é a "aversão a perdas". "O investidor não teme o risco e, sim, as perdas", afirma. Segundo a especialista, os estudos constataram que a dor da perda é maior do que o prazer dos ganhos. A lição que se tira a partir dessa constatação, continua, é que o acompanhamento diário do comportamento de uma ação (com suas altas e baixas), por exemplo, pode levar a uma decisão errada, uma vez que o investidor dá mais relevância do que deveria aos retornos negativos, mesmo que num cenário de longo prazo o investimento mostre-se rentável.
O investidor tende ainda a cometer erros como comprar papéis quando estão em alta e vendê-los na baixa, ou superestimar o potencial de ganhos, com base em dados do passado e informações que induzem a um comportamento errado. "O futuro quase sempre é desapontador."
Para Ranji, a chave para evitar comportamentos equivocados é a informação. "Matematicamente é impossível ganhar sempre", argumenta. O investidor, na sua opinião, tem de focar o resultado global e usar a volatilidade dos mercados a seu favor, ou seja, aproveitar as baixas para entrar no mercado e as altas para sair.
Outra recomendação da especialista, "e o maior desafio", é convencer o cliente a montar uma estratégia de alocação de recursos e mantê-la pelo prazo determinado. Segundo Ranji, quanto menos operações, menores serão as perdas. "Não operar, às vezes, é melhor."
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 6)(Alessandra Bellotto) - 16/02/2006
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