Vale presente
Todos já recebemos de presente um “vale presente” para ser trocado por mercadoria numa loja. O vale presente é uma maneira delicada de dar um presente para alguém quando não sabemos o que esta pessoa deseja.
Entretanto, como existe um índice razoavelmente elevado de “esquecimento” que termina por não gerar uma troca por mercadoria, o vale presente representa um grande negócio para o comércio: o vale não trocado representa uma receita para empresa sem a necessidade da contrapartida sob a forma de mercadoria.
Além disto, para a empresa o vale representa receber dinheiro hoje e entregar a mercadoria amanhã. Isto inverte o chamado ciclo financeiro (veja detalhes no livro Administração do Capital de Giro), reduzindo a necessidade de capital de giro.
O vale também pode ser objeto de pesquisa. Por que as pessoas “esquecem” de trocar? Talvez por não existir uma associação imediata com a pessoa que presenteou.
Em Gift Card Fail uma outra questão interessante é proposta: se aumenta o prazo de validade do vale isto reduz a taxa de esquecimento?
Na realidade o raciocínio correto é o inverso: devemos reduzir o prazo do vale presente. Uma experiência foi relatada no link: inicialmente dois pesquisadores perguntaram a dois grupos de estudantes se iriam usar um vale por três semanas e outro foi perguntado se usariam um valor por dois meses. O índice de resposta com menor prazo foi inferior, obviamente.
Mas a pesquisa continuou entregando vales para dois grupos, com prazos diferentes. Aqueles que receberam o vale com menor prazo tiveram um índice de “troca” maior. O menor prazo induziu os participantes a evitar a procrastinação e a trocar logo o vale.
O experimento poderia ser feito em situações mais reais, através dos vales das empresas que o emitem. Estas, provavelmente, não possuem interesse nisto, pois o mesmo representa uma grande fonte de renda.
Enquanto redigia este texto fiquei pensando no que aconteceria no Brasil se a questão do vale fosse mais discutida. Provavelmente os órgãos de defesa do consumidor iriam protestar e o ministério público iria exigir que as empresas aumentassem o prazo do vale. Para alegria das próprias empresas e prejuízo do consumidor.
Entretanto, como existe um índice razoavelmente elevado de “esquecimento” que termina por não gerar uma troca por mercadoria, o vale presente representa um grande negócio para o comércio: o vale não trocado representa uma receita para empresa sem a necessidade da contrapartida sob a forma de mercadoria.
Além disto, para a empresa o vale representa receber dinheiro hoje e entregar a mercadoria amanhã. Isto inverte o chamado ciclo financeiro (veja detalhes no livro Administração do Capital de Giro), reduzindo a necessidade de capital de giro.
O vale também pode ser objeto de pesquisa. Por que as pessoas “esquecem” de trocar? Talvez por não existir uma associação imediata com a pessoa que presenteou.
Em Gift Card Fail uma outra questão interessante é proposta: se aumenta o prazo de validade do vale isto reduz a taxa de esquecimento?
Na realidade o raciocínio correto é o inverso: devemos reduzir o prazo do vale presente. Uma experiência foi relatada no link: inicialmente dois pesquisadores perguntaram a dois grupos de estudantes se iriam usar um vale por três semanas e outro foi perguntado se usariam um valor por dois meses. O índice de resposta com menor prazo foi inferior, obviamente.
Mas a pesquisa continuou entregando vales para dois grupos, com prazos diferentes. Aqueles que receberam o vale com menor prazo tiveram um índice de “troca” maior. O menor prazo induziu os participantes a evitar a procrastinação e a trocar logo o vale.
O experimento poderia ser feito em situações mais reais, através dos vales das empresas que o emitem. Estas, provavelmente, não possuem interesse nisto, pois o mesmo representa uma grande fonte de renda.
Enquanto redigia este texto fiquei pensando no que aconteceria no Brasil se a questão do vale fosse mais discutida. Provavelmente os órgãos de defesa do consumidor iriam protestar e o ministério público iria exigir que as empresas aumentassem o prazo do vale. Para alegria das próprias empresas e prejuízo do consumidor.
1 Comments:
Essa questão é realmente interessante, não havia refletido sobre a relação entre a emissão de "vale presente" e sua troca efetiva. Parabéns!!!
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