Cutucadas não resolvem tudo
O comercial acima é da década de setenta. Mostra um índio diante do problema da poluição. A partir deste comercial, Tim Harford chama a atenção para os limites do Nudge, a teoria do empurrão/cutucada de Richard Thaler e Cass Sunstein. Por esta teoria, pequenas mudanças na forma de apresentar uma informação ou uma decisão podem ser relevantes para a solução do problema final. O livro Nudge foi um sucesso e trouxe a criação de equipes comportamentais no governo. Mas existem dois problemas aqui.
Em primeiro lugar, nem sempre o empurrão funciona. Em situações extremas, como na pandemia, há sérios limites para a teoria de Thaler e Sunstein, embora possa ser útil de uma maneira geral.
O segundo problema é que há interesses que podem comprometer a ideia. Postamos aqui que Sunstein chegou a criticar o excesso de medo das pessoas em fevereiro de 2020 e não reconheceu seu erro para não perder um cargo na OMS. Os políticos gostam de soluções "simplistas" e fáceis, que podem evitar o compromisso de tentar efetivamente uma solução.
O comercial acima parece colocar nas pessoas a culpa pela poluição, evitando constranger os governos e as empresas que produzem o lixo. É uma forma de mudar de assunto. O mesmo está ocorrendo com a questão climática? Será que exigir que as [algumas] empresas divulguem relatórios sobre o impacto ambiental é suficiente?
A ciência comportamental é uma ótima maneira de encontrar pequenos ajustes que podem fazer uma diferença substancial no comportamento. Os ajustes ajudam se o comportamento resolver um problema, mas isso não pode ser tomado como garantido. É fácil ter uma visão comportamental perfeitamente sólida e transformá-la em uma política mal feita.
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