Aversão a Perda
Oportunista versus displinado
Gazeta Mercantil - 15/02/2007
15 de Fevereiro de 2007 - Os mercados de ativos de risco, como as bolsas de valores, são famosos por seus altos e baixos. A chamada finança comportamental (behavioral finance) é o campo que aborda as conseqüências dos movimentos dos mercados sobre o investidor. Nessa cadeira, os acadêmicos buscam compreender como as expectativas dos agentes são formadas e de que forma as reações mais comuns são determinadas. O professor Amos Tversky - um dos fundadores desse campo de estudo - propôs a Teoria dos Prospectos em 1979, tomando por base um levantamento sobre o comportamento de investidores pessoa física frente às flutuações do mercado financeiro.
Uma de suas principais observações é que as pessoas passam por um estresse maior quando experimentam perdas em um mercado de baixa do que se sentem recompensadas por ganhos semelhantes quando o mercado é de alta, mesmo que tal baixa e alta tenham sido da mesma proporção. Ou seja, há uma assimetria nas percepções geradas pelas flutuações do mercado. Não precisamos de um psicólogo para nos dizer que investidor odeia perder dinheiro. A grande maioria está perturbada com volatilidade recente dos mercados de risco.
No entanto, caso estejamos tratando de um plano de investimentos bem desenhado e um investidor informado, uma parte significativa das apreensões naturais ao aplicador pode ser reduzida, o que tende a favorecer a boa gestão do patrimônio.
Um plano sólido de investimentos trabalha sempre com a hipótese de que o mercado irá apresentar períodos de realização. A literatura financeira está repleta de estudos que demonstram a baixa capacidade dos agentes financeiros de antecipar consistentemente tais movimentos.
Dessa forma, caso seu objetivo seja superar o retorno oferecido por aplicações conservadoras, como o oferecido por um fundo DI, tenha em mente que durante alguns períodos ao menos uma parte de sua carteira enfrentará momentos desfavoráveis. Isso é normal e deve ser visto como uma oportunidade para a gestão de seus recursos. Se você formulou um plano de investimentos tomando por base suas limitações financeiras, objetivos e tolerância ao risco, não há motivos para apreensão quando o mercado apresenta suas habituais flutuações.
A gestão disciplinada de uma alocação definida pelos três pontos acima é responsável pela maior parte do retorno de uma carteira que envolve investimentos em diferentes instrumentos financeiros e tenha horizonte amplo - via de regra superior a 12 meses - para acomodar as flutuações e propiciar tempo para que o potencial de alta dos ativos possa se materializar.
Já para o investidor que faz suas aplicações com base na percepção de que esse ou aquele mercado pode apresentar uma oportunidade para os próximos 30 dias, a recomendação que fica é menos tranquilizadora. Esse investidor precisa acompanhar de perto os movimentos dos ativos onde estão seus recursos, sobretudo indicadores antecedentes que possam sinalizar os movimentos futuros dessas aplicações, bem como a evolução do preço de cada um dos ativos. Além disso, é necessário monitorar com atenção o cenário macroeconômico e político, interno e externo, para tentar prever o melhor momento de fazer ou desfazer posições.
Dito isso, não parece razoável para a grande maioria dos investidores pessoa física, sobretudo o pequeno poupador, montar um plano de investimentos de longo prazo que acomode propensão ao risco, limitações orçamentárias, objetivos e que seja capaz de acomodar as flutuações do mercado ao longo do tempo?
Nesse caso, a arte está selecionar um gestor capaz de alocar os recursos em diferentes ativos de tal forma a atender os critérios mencionados.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aquiles Mosca - Economista, mestre em Administração e estrategista de investimentos pessoais do ABN Amro Asset Management. )
Gazeta Mercantil - 15/02/2007
15 de Fevereiro de 2007 - Os mercados de ativos de risco, como as bolsas de valores, são famosos por seus altos e baixos. A chamada finança comportamental (behavioral finance) é o campo que aborda as conseqüências dos movimentos dos mercados sobre o investidor. Nessa cadeira, os acadêmicos buscam compreender como as expectativas dos agentes são formadas e de que forma as reações mais comuns são determinadas. O professor Amos Tversky - um dos fundadores desse campo de estudo - propôs a Teoria dos Prospectos em 1979, tomando por base um levantamento sobre o comportamento de investidores pessoa física frente às flutuações do mercado financeiro.
Uma de suas principais observações é que as pessoas passam por um estresse maior quando experimentam perdas em um mercado de baixa do que se sentem recompensadas por ganhos semelhantes quando o mercado é de alta, mesmo que tal baixa e alta tenham sido da mesma proporção. Ou seja, há uma assimetria nas percepções geradas pelas flutuações do mercado. Não precisamos de um psicólogo para nos dizer que investidor odeia perder dinheiro. A grande maioria está perturbada com volatilidade recente dos mercados de risco.
No entanto, caso estejamos tratando de um plano de investimentos bem desenhado e um investidor informado, uma parte significativa das apreensões naturais ao aplicador pode ser reduzida, o que tende a favorecer a boa gestão do patrimônio.
Um plano sólido de investimentos trabalha sempre com a hipótese de que o mercado irá apresentar períodos de realização. A literatura financeira está repleta de estudos que demonstram a baixa capacidade dos agentes financeiros de antecipar consistentemente tais movimentos.
Dessa forma, caso seu objetivo seja superar o retorno oferecido por aplicações conservadoras, como o oferecido por um fundo DI, tenha em mente que durante alguns períodos ao menos uma parte de sua carteira enfrentará momentos desfavoráveis. Isso é normal e deve ser visto como uma oportunidade para a gestão de seus recursos. Se você formulou um plano de investimentos tomando por base suas limitações financeiras, objetivos e tolerância ao risco, não há motivos para apreensão quando o mercado apresenta suas habituais flutuações.
A gestão disciplinada de uma alocação definida pelos três pontos acima é responsável pela maior parte do retorno de uma carteira que envolve investimentos em diferentes instrumentos financeiros e tenha horizonte amplo - via de regra superior a 12 meses - para acomodar as flutuações e propiciar tempo para que o potencial de alta dos ativos possa se materializar.
Já para o investidor que faz suas aplicações com base na percepção de que esse ou aquele mercado pode apresentar uma oportunidade para os próximos 30 dias, a recomendação que fica é menos tranquilizadora. Esse investidor precisa acompanhar de perto os movimentos dos ativos onde estão seus recursos, sobretudo indicadores antecedentes que possam sinalizar os movimentos futuros dessas aplicações, bem como a evolução do preço de cada um dos ativos. Além disso, é necessário monitorar com atenção o cenário macroeconômico e político, interno e externo, para tentar prever o melhor momento de fazer ou desfazer posições.
Dito isso, não parece razoável para a grande maioria dos investidores pessoa física, sobretudo o pequeno poupador, montar um plano de investimentos de longo prazo que acomode propensão ao risco, limitações orçamentárias, objetivos e que seja capaz de acomodar as flutuações do mercado ao longo do tempo?
Nesse caso, a arte está selecionar um gestor capaz de alocar os recursos em diferentes ativos de tal forma a atender os critérios mencionados.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aquiles Mosca - Economista, mestre em Administração e estrategista de investimentos pessoais do ABN Amro Asset Management. )
Marcadores: aversão a perda, finanças comportamentais, investimento, risco
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