terça-feira, maio 15, 2007

Aversão a perda

Um artigo no sítio Blue Bus sobre aversão a perdas:

O medo de perder é bem maior que a vontade de ganhar

Qual a importância de emoçoes como medo e desejo nas nossas decisoes cotidianas? Segundo alguns estudiosos do comportamento humano, essa influência pode ser bem decisiva para as escolhas que fazemos. Quer uma prova? Pesquisadores das universidades americanas de Stanford, Carnegie Mellon e Iowa colocaram 41 pessoas em volta da mesa, para um jogo de cara-ou-coroa em 20 rodadas e deram a cada uma U$ 20. Se os jogadores ganhassem, aumentariam o patrimônio em U$ 2,50. Se perdessem, deixavam na mesa U$ 1. Eles podiam também decidir nao participar da rodada.

Considerando as chances de 50% e o alto retorno pelo investimento, seria lógico que todos topassem o desafio na maioria das rodadas, certo? Mas nao foi isso o que aconteceu - os jogadores investiram apenas em 58% das rodadas. O mais interessante é que os pesquisadores incluíram no grupo 15 pessoas que haviam sofrido danos no cérebro, tendo sua capacidade de sentir emoçoes anulada. Estes, ao contrário dos demais, assumiram o risco em 84% das vezes. O resultado final? Os medrosos saíram do jogo em média com U$ 22,80 e os insensíveis com U$ 25,70. Curiosamente, todos começaram o jogo arriscando. Mas a partir das 1as experiências de perda, os participantes capazes de sentir emoçoes começaram a frear os investimentos, movidos pelo medo de perder posiçoes e regredir.

Apesar da ausência de emoçoes ter ajudado nessa experiência específica, os cientistas garantem que essa deficiência acarreta, em geral, muito mais dissabores do que vantagens. O ideal seria controlar as emoçoes para evitar que elas nos prejudiquem no mundo real, onde muitos de nós evitamos conflitos, adiamos trocas de emprego, desistimos de defesas mais veementes de nossas posiçoes e nunca adotamos novas estratégias, simplesmente porque o medo de perder é bem maior do que a vontade de ganhar.

Se você se reconheceu em alguns desses exemplos, pode se consolar pelo menos com a informaçao de que isso é natural nos seres humanos. Pelo menos naqueles habilitados a sentir emoçoes. (Luiz Alberto Marinho)

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