Futebol, Valor e Eficiência
Somos apaixonados por futebol. Um trabalho recente analisou a eficiência dos grandes clubes do futebol mundial. Ou seja, dos clubes europeus. Usando os dados públicos destes clubes, além das estimativas de valor da Deloitte, os autores verificaram a questão financeira e o aspecto esportivo.
Marke Dantas, uma aluna de graduação da UFRN, e Diogo Boente, professor da mesma instituição, usaram a Análise Envoltória de Dados para vinte clubes. Na temporada analisada, de 2008/2009, eles que o Manchester United, o Arsenal, o Tottenham, o Hamburgo e o Werder Bremen foram eficientes na arrecadação dos jogos. O resultado é muito influenciado pela discussão dos direitos de transmissão dos times de cada liga; por exemplo, os times italianos tiveram um resultado ruim neste quesito.
Para a receita de transmissão, os clubes mais eficientes foram Real Madrid, Barcelona, Juventus e Werder Bremen. Os dois primeiros possuem contratos à parte no campeonato espanhol e talvez isto explique este resultado. No quesito de receitas comerciais, os clubes alemães foram mais eficientes (Bayern de Munique, Werder Bremen e Borussia).
No aspecto esportivo, o Manchester e o Werder foram considerados os mais eficientes.
Particularmente fiquei curioso em saber se existe uma relação de desempenho esportivo e folha salarial. Segundo o excelente livro Soccernomics isto é uma realidade na Inglaterra. Seria um tema interessante para pesquisa futura. Assim como seria interessante uma investigação para o resultado do Lion, que é considerado pelo Soccernomics como um exemplo de desempenho.
Como um desafio adicional, é interessante notar que a correlação entre despesa e valor é de 0,691, altamente significante em termos estatísticos. Ou seja, clube que possui muito valor geralmente tem muita despesa. Ou será que clube com mais despesas possui mais valor? (Parece muito com a questão do ovo ou da galinha)
Para ler mais: A EFICIÊNCIA FINANCEIRA E ESPORTIVA DOS MAIORES CLUBES DE
FUTEBOL EUROPEUS UTILIZANDO A ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS, Revista de Contabilidade e Organizações, vol. 5 n. 13 (2011) p. 75-90