sexta-feira, dezembro 28, 2007

Pôquer e a Vida

Uma interessante reportagem da The Economist (A big deal) mostra o crescimento do jogo de Pôquer nos últimos anos. A vitória da jovem Annette Obrestad no WSOP (não sei o que é isto, mas deve ser algo relevante para os jogadores). São dois pontos relevantes apresentados pelo texto: a importância do jogo no mundo atual e questão dos seus benefícios/prejuízos.

Quanto a importância, os números são impressionantes. O pôquer está presente na televisão, sendo seus jogos transmitidos com câmeras que permitem ao espectador conhecer as cartas que estão no jogo. Mais do que isto, a audiência faz com que o jogo seja o terceiro esporte (?) mais visto na televisão a cabo dos Estados Unidos, após corrida de automóvel e football americano, mas na frente da NBA. A ESPN World Series teve mais de 1 milhão de espectadores. O número de jogadores, só nos Estados Unidos, está entre 80 a 100 milhões. E o pôquer tem atraído a atenção de celebridades (Ben Affleck, Toby Maguire etc). A sua importância é tamanha que dezenas de empresas patrocinam o jogo, mesmo considerando a questão moral de apoiar um jogo de cartas.

O segundo aspecto é mais complicado. O pôquer é bom ou ruim? A resposta desta questão passa por responder se o jogo é de sorte/azar ou é um jogo de probabilidade, onde o aspecto psicológico é importante. Ao contrário do xadrez, onde os jogadores possuem a informação completa e a psicologia teria um papel limitado (segundo a revista. Discordo), no pôquer a informação não é completa e o cálculo das chances e a possibilidade de blefe pode fazer diferença. Talvez esta visão do pôquer como um jogo de probabilidades seja aceitável pelo argumento de que os novatos dificilmente têm chances contra um jogador experiente (um novato é geralmente chamado de ATMs, uma referência aos terminais de caixa de bancos; em outras palavras, os novatos irão fatalmente perder numa partida contra um veterano).

Mesmo considerando que é um jogo matemático, é interessante incentivá-lo. Algumas pessoas opinaram que sim por várias razões: O jogo afasta o jovem de problemas maiores como o álcool; o jogo pode ser uma forma de melhorar a visão estratégica e as habilidades cognitivas, inibe a super-confiança (existente entre os analistas de mercado, por exemplo, mas não entre os jogadores), entre outros aspectos.

Três curiosidades: (1) Steven Levitt, economista co-autor de Freakonomics, está estudando o jogo, num projeto chamado de Pokernomics; (2) Nixon obteve fundos para sua primeira campanha eleitoral, numa mesa de pôquer; e (3) a internet e os livros provavelmente contribuiram para melhorar a curva de aprendizagem dos jogos (por isto a Annette, de 19 anos, tornou-se campeã)

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quinta-feira, dezembro 27, 2007

Conformidade

Os seres humanos possuem um alto grau de conformidade. Uma possível explicação é a aversão à perda e ao Viés do Status Quo. Já este artigo tenta estabelecer um vínculo com a "felicidade". Clique aqui também.

Talvez uma outra justificativa esteja na tendência a procrastinar (atrasar, delongar, demorar): as pessoas são confiantes e terminam por deixar para o último momento.

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Efeito Lake Wobegon

Este é mais um problema estudado pelas finanças comportamentais. Diz respeito a tendência do ser humano em superestimar suas capacidades. Ou seja, nós acreditamos que somos melhores do que a realidade. O nome vem de uma série de rádio, A Praire Home Companion, onde o apresentador afirmava que "todas as mulheres são fortes, todos os homens são bonitos e todas as crianças estão acima da média". Da mesma forma, as pessoas, em sua grande maioria, tendem a achar que estão acima da média. Este comportamento tem sido observado nos analistas de mercado, nos executivos, nos estudantes, nos professores e, de forma clássica, nos motoristas.

Uma experiência famosa mostrou que 80% dos motoristas acreditam que estão entre os 30% melhores motoristas.

No entanto, existe uma lógica pode ajudar a explicar que, em alguns casos, metade de uma amostra pode estar acima da média aritmética. A Wikipedia tem uma série de exemplos interessantes onde isto é possível. Vamos considerar somente um deles:

Cinco alunos foram questionados quando a nota da sua beleza, numa escala de 1 a 10. Quatro deram nota 9 e um nota 4. A média é:

Média = (9+9+9+9+4)/5 = 40/5 = 8

Ou seja, quatro alunos deram nota acima da média.

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Jovens são mais propensos ao risco

"Em outras palavras, os jovens necessitam proteção deles mesmos para retirar oportunidades de maior risco"

A experiência tem-se mostrado uma forma de se tornar avesso ao risco. Em geral os jovens tendem a assumir mais riscos, fazendo atividades mais arriscadas. Qual a razão disto? Aqui, uma tentativa de resposta.

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terça-feira, dezembro 18, 2007

Compras no Natal

Um artigo da New Yorker comenta sobre compras no Natal. E a facilidade como somos enganados é ilustrada por um exemplo de Finanças Comportamentais:

Pessoas são questionadas se preferem um microondas de $110 feito pela Emerson ou um de $180 da Panasonic. O resultado mostrou que 43% preferem a Panasonic. Quando um novo modelo da Panasonic, que custa $200, é incluído na pesquisa, as pessoas mudam: 60% querem o microondas de $180.

Aqui o artigo:

A Buyer’s Christmas
by James Surowiecki December 24, 2007

’Tis the season to buy. Of course, for Americans it’s always the season to buy, but there is something special about the spending frenzy we engage in at holiday time. The Christmas shopping season can account for as much as forty per cent of a retail store’s annual revenue and as much as three-quarters of its annual profit. So you might think that this would be a great time of year to be in the retail business. Instead, it’s a desperate one. The markdowns that are supposed to come after Christmas have already begun. Internet mailboxes are flooded with offers of free shipping and huge discounts. Sales forecasts are gloomy, and weaker players have been weeded out—CompUSA has said that it will be closing in January. Much of this, certainly, is due to anxieties over the slowing economy and its effect on consumer spending; according to one recent study, foot traffic at retail stores fell in seven of the first eight months of the year. But it also reflects something bigger: the steady erosion of retailers’ power. Americans are still the world’s greatest consumers—they shell out four trillion dollars a year in retail spending—but it’s surprisingly hard to make a lot of money selling them stuff.

That’s not for lack of effort or ingenuity. Stores have poured time and money into devising tactics to pry open shoppers’ wallets, and all these tactics are on display this season. They rest largely on a simple insight: because how much we want something and how much we’re willing to spend on it is often a matter of context, successful selling is about controlling the context in which people shop. Stores run “doorbuster” sales on the day after Thanksgiving, offering huge markdowns for a few hours, or “one-day sales” every day, because fostering a sense of time pressure, however artificial, makes shoppers more willing to buy. Economists have found that shoppers try to establish a “reference price” for a product by looking to outside cues like list prices, so Christmas circulars include manufacturers’ “suggested retail prices” along with the stores’ “discounted” prices, making everything look like a bargain.

Even the sheer profusion of products available represents a strategic choice. In an experiment in the early nineteen-nineties, people were first asked whether they preferred a $110 microwave oven made by Emerson or a $180 oven made by Panasonic. Only forty-three per cent chose the Panasonic. But when a higher-priced Panasonic model, costing $200, was introduced into the mix, people’s choices changed in a curious way: suddenly, sixty per cent wanted the $180 oven. Just adding a more expensive model made the medium-priced version look more attractive and boosted Panasonic’s total sales. Change what surrounds a product, in other words, and you can change what people think of it.

Retailers are undeniably good at the tricks of their trade. So why has retailing gotten so hard? In part, it’s because of imitation: when one store hits on a useful gimmick, competitors copy it. But it’s the Internet that’s made the biggest difference, albeit not in the ways we often think. People once believed that the Net was going to transform where we shopped—that it was going to make physical stores obsolete. It hasn’t: even today, online sales are roughly three per cent of total retail sales in the U.S. What it has changed is how we shop, for a simple reason: it has created informed shoppers. In the past, retailers could make profits from what economists call “information asymmetry”: sellers knew much more about prices, quality, and value than consumers did, in large part because good information for consumers was either hard to obtain or just not available at all. Today, it’s easy to research and comparison-shop, and most consumers do it for at least some of their purchases. A recent study by Accenture found that two-thirds of those surveyed compared products online; a similar study, by the Consumer Electronics Association and Yahoo, found that more than three-quarters of electronics purchases are researched online but actually occur in conventional stores. And the amount of time people are spending on their research is far from trivial: fifteen hours for televisions, twelve for digital cameras, and so on.

The results of this shift are obvious. First, consumers know a lot more about prices than they once did. That makes it next to impossible for retailers to charge significantly more than their competitors, and makes discounting seem less impressive—if everyone’s offering thirty per cent off, thirty per cent off stops looking like a bargain and becomes the reference price. It’s harder to create a sense of urgency around short-term sales, since it’s clear that if you don’t buy today you’ll be offered a similar price somewhere else tomorrow. And the wealth of online product reviews and commentary has made the cues that stores use to shape shoppers’ perception of quality and value far less effective.

This doesn’t mean that consumers are impervious to retailers’ tricks, and plenty of us shop the way Homer Simpson orders wine: buy the second-least-expensive thing on the list. And one obvious example of consumer irrationality continues to work in stores’ favor; namely, the Christmas shopping season itself. It’s not surprising that, as traditional tactics have become less useful, retailers have responded by making the holiday season weeks longer than it used to be. Still, there’s no disguising the fact that power has shifted from sellers to shoppers. And that’s left retailers in a strange position: soon the only hope of turning a profit will be to offer good value for money. What a radical concept!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Overreaction

Overreaction explica o mercado atual

"In part, it is because stockmarkets are naturally inclined to overreaction. Back in 1999 and 2000 everybody wanted to buy shares in the hottest companies, and were willing to pay the equivalent of 100 years' profits for them, or indeed to buy shares in companies with no immediate prospect of profits at all. That made the value shares look very cheap by comparison and created the conditions for an extended period of catching up.

By the end of 2006 there was a much narrower range of valuations in the market. In other words, investors had to pay less of a premium to buy companies with growing profits. Growth had become cheap by historical standards."


Fonte: The Economist

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quinta-feira, dezembro 13, 2007

Munger, o investidor

Charlie Munger não é tão conhecido como Warren Buffet, mas é um companheiro de inúmeras decisões financeiras deste. Seu cargo é de vice-presidente da BH, a empresa de Buffett. Seus conselhos também são interessantes e preciosos. Neste texto aqui Munger expõe parte de suas idéias. Aqui, seu blog. Dica deste blog

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Estratégia de Marketing e FC

Numa compra existiam as seguintes opções:
Lento = US$14 (entrega em 15 de dezembro)
Rápido = US$18 (entrega em 10 de dezembro)
Expresso = US$18 (entrega em 5 de dezembro)

Parece interessante pagar os mesmos 18 dólares e receber 5 dias antes. Mas a opção colocada é para que o cliente pague o Expresso. Isto funciona? Aparentemente sim.

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segunda-feira, dezembro 03, 2007

Hawthorne

Um link sobre a experiência de Hawthorne. Para quem não sabe, no final da década de 20, do século passado, cientistas resolveram testar as idéias de Taylor na fábrica de Hawthorne. E terminaram por descobrir o "efeito Hawthorne", que refere-se a mudança de comportamento ou de desempenho de funcionários em resposta as mudanças ambientais. Os funcionários da fábrica melhoram seu desempenho ao participar da experiência, mostrando que fatores comportamentais podem afetar na produtividade das pessoas.

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