domingo, outubro 24, 2010

Sem cartão

(...) estudo publicado este mês no Journal of Consumer Research, os que estão com eles sempre a mão tendem a comprar mais por impulso e isso se aplica aos alimentos.

Ou seja, o cartão faz com que as pessoas gastem mais com guloseimas e outros alimentos pouco saudáveis. O estudo foi conduzido por 6 meses e mostrou que as pessoas que pagam com cartões recheiam seus carrinhos de compras com alimentos mais prejudiciais à saúde. Além disso, indivíduos que sentem "dor" ao ver o dinheiro ir embora, economizam muito mais quando precisam pagar com dinheiro. Os autores sugerem que pode haver uma conexão entre a forma de pagamento e o aumento de peso nos americanos. Se você anda gastando muito por aí, deixe seus cartões na gaveta e observe não só a economia mas também os efeitos em sua cintura.


Deixe o cartão de crédito em casa

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domingo, outubro 17, 2010

Falácia do Custo Perdido

O maior laboratório de física de partículas do mundo está localizado nas proximidades de Genebra, Suíça. Ele foi construído com verba dos governos da Europa. Para quem conhece um pouco de física ou acompanha alguns dos experimentos pelos jornais este laboratório não apresenta nenhuma novidade.

O que é estranho é o fato da maior potência mundial, onde existem alguns dos mais renomados cientistas na área de física de partículas, não possuir um laboratório como este.

No passado, o governo de Ronald Reagan decidiu construir um laboratório como este perto da cidade de Dallas. As obras começaram e o governo já tinha gasto 1 bilhão nas escavações para o túnel onde seria colocadas as máquinas. Durante a aprovação final do projeto no Congresso dos Estados Unidos, um congressista perguntou a um cientista se com a máquina seria possível encontrar Deus. O cientista, sem saber o que dizer, afirmou que “nós vamos encontrar Bóson de Higgs” O congresso achou pouco gastar 11 bilhões de dólares numa máquina para encontrar uma partícula atômica. E cancelou o projeto.

Gastaram-se mais dinheiro para fechar o buraco escavado. A tendência das pessoas é imaginar: gastaram 1 bilhão para abrir um buraco; qual a razão de não gastar mais 11 bilhões para finalizar o projeto? A resposta está no custo perdido. A decisão do congresso era levar adiante, ou não, o projeto. Neste caso, o gasto de 9 bilhões para terminar o projeto deve ser analisado independente do gasto já realizado de 1 bilhão. Vale a pena gastar 9 bilhões para este projeto? Esta pergunta só pode ser respondida analisando a relação custo-benefício. Para o congresso a relação era negativa, por isto o projeto foi cancelado. Não caiu na falácia do custo perdido.

Fonte: Michio Kaku and a quibble about sunk cost - Newmarksdoor

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terça-feira, outubro 12, 2010

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domingo, outubro 10, 2010

História


Acima, um dos primeiros exemplos de uso do "nudge" de Thaler. O texto diz:

"Você concorda com a reunificação da Áustria com o Reich alemão, que foi promulgada em 13 de Março de 1938 e irá votar no partido do nosso líder, Adolf Hitler;? Sim, Não"

Fonte: Marginal Revolution

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quinta-feira, outubro 07, 2010

Benefícios das flores

Ganhar flores faz com que as mulheres abram sorrisos sinceros e as mantêm (as mulheres, não as flores) mais bem-humoradas por até três dias; dar flores, seja a homens ou mulheres, estimula um comportamento mais agradável por parte do receptor; idosos que ganham flores não só melhoram o humor, como também a memória.

Essas são, em resumo, as conclusões do estudo An Environmental Approach to Positive Emotion: Flowers, que pode ser acessado aqui. O objetivo do trabalho, no entanto, é mais ambicioso que apenas medir os efeitos positivos de se receber um ramalhete inesperado — os autores queriam explorar a interação evolucionária entre flores e seres humanos.

Da mesma forma, por exemplo, que algumas plantas evoluíram meios de atrair insetos — que servem como fonte de alimento ou dispersadores de pólen — outras, diz o argumento, podem ter evoluído flores que despertam reações emocionais favoráveis em humanos e, com isso, conquistado a vantagem de seres cultivadas.

Mas, se flores e seres humanos evoluíram conjuntamente dessa forma — nós cuidando delas, elas nos oferecendo apoio emocional — será que a interação não pode acabar nos fazendo falta, neste mundo cada vez mais duro e urbanizado?

“Muito pouca pesquisa foi feita sobre os efeitos de se privar seres humanos de fontes de apoio emocional vindo de outras espécies. Humanos estão integrados num ambiente maior, sensorial e social, do que o ocupado apenas por sua própria espécie. Privar seres humanos do apoio emocional vindo de fora da espécie pode ser tão ruim para a adaptabilidade e sobrevivência humanas quanto a privação de qualquer outro recurso“, especula o artigo.

O que me faz ponderar três coisas. Primeiro, as fantásticas redes de competição e cooperação que a evolução tece, onde nenhum nicho ou recurso parece ficar inexplorado — onde o poder de alegrar pode se converter numa vantagem tão importante quanto o de alimentar. Segundo, que papel cães, gatos e passarinhos poderiam desempenhar nessa hipotética ecologia da saúde emocional humana.

A terceira coisa é um fala de Sherlock Holmes na aventura do Tratado Naval, publicada em 1893. Ali o detetive diz: “Todas as outras coisas, nossos poderes, nossos desejos, nossa comida, são realmente necessárias para nossa existência em primeiro lugar. Mas esta rosa é um extra. Seu perfume e sua cor são um enfeite da vida, não uma condição para ela”.

Talvez nem tanto, meu caro Holmes. Talvez nem tanto…


Os benefícios de dar flores - por Carlos Orsi - 07.outubro.2010 - Estado de São Paulo