segunda-feira, maio 31, 2010

Salários, Comparação e Felicidade

Comparar o salário com amigos e familiares pode trazer infelicidade, diz pesquisa
O Globo - 30/05/2010

Comparar o próprio salário com os de amigos e familiares pode levar à infelicidade, segundo afirma um estudo realizado na França.

Pesquisadores da Escola de Economia de Paris analisaram dados de um levantamento europeu para descobrir que três quartos dos entrevistados disseram considerar importante comparar seus rendimentos com os dos outros.

Mas aqueles que comparavam os salários se diziam menos contentes, principalmente os que olhavam os salários de amigos e familiares ao invés dos de seus colegas.

O estudo, publicado na revista acadêmica Economic Journal, diz que os mais pobres são os mais afetados.

Satisfação

Os pesquisadores usaram dados de uma pesquisa que entrevistou 19 mil pessoas em 24 países da Europa.

As repostas mostraram que quanto mais importância as pessoas davam a comparações de salários, mais baixo elas se consideravam em relação a níveis de satisfação com a vida e de padrão de vida, além de se sentirem mais deprimidas.

A pesquisa não identificou diferenças entre homens e mulheres em relação a quanto eles comparam seus rendimentos com os de outras pessoas.

A limitação das comparações de salários com os colegas de trabalho parece ser menos nociva. Segundo o estudo, a comparação com amigos pode gerar até duas vezes mais infelicidade que a comparação com colegas.

Segundo os pesquisadores, a comparação do salário com os de colegas de trabalho pode ajudar a impulsionar os sentimentos sobre as perspectivas de renda futura.

"Olhar constantemente para os outros parece tornar o mundo um lugar menos feliz e mais desigual", concluíram os autores do estudo.

Pobres

A pesquisa descobriu ainda que as pessoas de países mais pobres comparam mais seus salários do que as pessoas nos países mais ricos e, dentro dos países, as pessoas mais pobres comparam mais os salários do que as pessoas mais ricas.

"Eu achava que as pessoas ricas comparassem mais, porque quando você está no fundo da escala o que realmente importa é conseguir o mínimo necessário, mas não foi isso o que vimos", disse o coordenador da pesquisa, Andrew Clark.

Para o professor Cary Cooper, especialista em psicologia organizacional e saúde na Universidade de Lancaster, o tipo de pessoa que se compara constantemente com outros pode sofrer de insegurança.

"A comparação com colegas de trabalho é justa, mas com amigos de escola que tiveram as mesmas oportunidades, você pode pensar: 'Eles se deram muito melhor, então eu devo ser menos competente'", diz Cooper.

"Eu aconselharia as pessoas a não se compararem e a serem felizes com o que elas são e com a situação em que elas estão - e lembrar que aquelas pessoas com quem você está se comparando podem não estar mais satisfeitas", afirma.

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domingo, maio 30, 2010

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segunda-feira, maio 24, 2010

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Atletas de Elite

Um artigo da Discover magazine mostra um pesquisa recente na área de neurociência com atletas de elite. Estes atletas são diferentes fisicamente da média das pessoas; mas a descoberta interessante da pesquisa é que o cérebro dos atletas também funcionam de forma diferenciada.

"Os atletas pode desempenhar melhor que o restante de nós por causa do cérebro que pode encontrar soluções melhores que nós podemos"


Mais ainda

"as ações de um atleta é muito mais do que um conjunto de respostas automáticas, elas fazem parte de uma estratégia dinâmica para lidar com uma mudança de situação"


(Fonte: International Journal of Sports)

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sexta-feira, maio 21, 2010

Dilema do Prisioneiro

O Dilema do Prisioneiro é o problema mais conhecido da teoria dos jogos. A idéia foi formulada na década de 1950 por Merril Flood e Melvin Dreascher. A simplicidade do problema e das inúmeras discussões geradas faz com o sucesso deste problema

O dilema tem a seguinte estrutura: dois bandidos foram presos e levados para interrogatório em salas separadas. A cada um deles foi oferecido à possibilidade de confessar ou não um crime de cometeram. Se o prisioneiro I confessar e o outro não, o prisioneiro I não é condenado, por ter colaborado com a justiça, mas o outro recebe 5 anos de prisão. O inverso também é verdadeiro: caso o prisioneiro II confesse e o primeiro não, aquele que colaborou sai livre da prisão, enquanto o que ficou calado recebe a pena de cinco anos. Se ambos falarem, a pena será de 3 anos para cada. Finalmente, se nenhum ajudar a justiça, ambos terão uma pena de um ano de cadeia por um crime menor.

Muita discussão tem sido realizada sobre as estratégias de cada um dos prisioneiros: ajudar ou não a justiça. Pesquisas também foram feitas para verificar se o jogo sendo praticado de forma repetida, ou com comunicação entre os prisioneiros, ou com pessoas de diferentes perfis, produz resultados diferentes. Algumas pesquisas mostraram, por exemplo, que os homens tendem a ser mais cooperativos do que as mulheres.

Em 1979 Robert Axelrod convidou diversos pesquisadores para desenvolverem um programa que permitisse gerar a melhor estratégia para resolver o Dilema do Prisioneiro. Diversos especialistas encaminharam programas.

O vencedor da batalha foi um psicólogo chamado Anatol Rapoport com uma estratégia extremamente simples: no primeiro lance coopere; nos demais, repita o ultimo lance do oponente.

Axelrod fez um estudo dos programas, analisando os pontos fortes e fracos de cada um. Após isto, novamente convocou os especialistas para uma segunda competição. Já conhecendo o resultado da primeira rodada, mais de sessenta programas participaram do desafio. O vencedor: Rapoport, com a mesma estratégia de repetir o lance do oponente.

Para ler mais
MERO, LASZLO. Moral Calculations. Copernicus, New York, 1998.

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terça-feira, maio 11, 2010

Ser o primeiro

Por que alguém se apressaria para comprar um produto novo sabendo muito bem que ele estará mais barato, e provavelmente melhor, alguns meses depois?

Centenas de milhares de compradores do iPad agiram assim no mês passado. Steve Jobs, presidente da Apple, se gabou dizendo que, em apenas 28 dias após o lançamento, a Apple vendeu um milhão de aparelhos. Os compradores correram às lojas duas vezes mais rápido do que no caso do iPhone.

Uma dura lição sobre essa mania de querer ser o primeiro a comprar novidades tecnológicas foi aprendida pelos pioneiros do iPhone, em 2007. Eles pagaram US$ 600 pelo aparelho nos Estados Unidos. Dois meses depois, a Apple reduziu o preço para US$ 400. E depois, em junho de 2009, a empresa lançou uma nova versão do telefone, com o dobro da capacidade de armazenamento de dados, por um terço do preço original.

Mas como é que esses compradores afoitos justificam suas ações? Com frequência, eles dizem que conseguiram fazer um bom negócio.

Naturalmente, não é fácil para um consumidor saber o real valor de um produto. Alguns dias depois do lançamento do iPad ? que, na sua versão mais básica, custa US$ 500 nos Estados Unidos ?, os analistas da empresa de pesquisa de mercado iSuppli desmontaram o aparelho e calcularam o valor de suas peças em US$ 260. Essa é uma base para o preço. Ninguém espera que a Apple venda seu lançamento por um valor tão baixo ? ainda.

O primeiro comprador está em busca de uma espécie de limite do preço, e foi o que a Apple ofereceu. Quando anunciou a iminente venda da primeira série de iPads, a companhia disse que uma segunda leva seria lançada em breve ao custo de US$ 130. Mas a versão mais cara dessa nova série, que tem 64 gigabytes de memória e está conectada à rede de celular da AT&T, custa US$ 830. Isso dá ao consumidor uma referência, o que as empresas chamam de "âncora de preço". A estratégia ajuda a convencer as pessoas de que elas vão "economizar" comprando alguma coisa por menos de US$ 830.

Professores de Economia podem dizer que esse comportamento é irracional, mas isso não significa que trata-se de algo inútil. Aquelas pessoas que fazem fila para comprar novidades são responsáveis por passar informações importantes sobre o produto recém-lançado para outros consumidores, diz Jonah Berger, professor assistente de Marketing na Wharton School da Universidade da Pensilvânia.

Dam Ariely, professor de teoria econômica comportamental na Duke University e autor do livro The Upside of Irrationality (O Ápice da Irracionalidade), fez um estudo sobre as razões que levam os consumidores loucos por novidades a agir desse modo. "Não tem a ver com a análise de custo-benefício", diz ele. Está mais relacionado com a expressão da identidade dos consumidores.

Embora as pessoas ávidas para serem as primeiras não façam exatamente essa conta ? "pagaria US$ 100 pelo meu ego" ? elas estão pagando pela exibição de seus produtos novíssimos ou pela imagem de vanguardista.

Para Ariely, o reconhecimento público é importante. Alguns consumidores aceitam pagar mais caro por um carro Prius, cujos benefícios ecológicos podem ser discutíveis. Mas essas mesmas pessoas podem ser bem mais cautelosas na hora de comprar um novo sistema de isolamento térmico para a casa, reconhecidamente um dos melhores meios para economizar energia.

A lógica é mais ou menos essa: seus amigos vão vê-lo desfilando por aí num Prius. Mas ninguém vai ver as duas polegadas extras de R-38 no seu sótão.

A ansiedade de ser o primeiro - Por que milhares de consumidores se acotovelam em filas para comprar produtos recém-lançados que vão ficar mais baratos em poucos meses - THE NEW YORK TIMES 

Estado de São Paulo – 10 de maio de 2010 - / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

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sábado, maio 08, 2010

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quinta-feira, maio 06, 2010

Susto no Mercado


Os mercados acionários levaram um susto. Aparentemente um operador do Citigroup trocou bilhões por milhões, com efeitos nas ações da Procter & Gamble:

Olhe para o gráfico de volume: o que você vê aqui é um grande bloco de negociação das acções da P & G em torno de 02:30, seguido de outro bloco de direita enorme antes que o mercado caiu. E então, nada. 

(...)Se o mercado fosse racional, poderia sem dificuldade a lidar com essas coisas. (...) Mas a maior lição é que, no curto prazo, um mercado podem falhar temporariamente.

(Felix Salomon – How a market Crashes? – 6 de maio de 2010

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quarta-feira, maio 05, 2010

Beleza é fundamental

Em 2005, um artigo publicado na revista Science mostrou que as pessoas conseguiam prever os candidatos vencedores nas eleições somente através da fotografia. Esta pesquisa chamou atenção para a importância da beleza em situações como a política. Agora, uma nova pesquisa, realizada por John Graham, Campbell Harvey e Manju Puri, A Corporate Beauty Contest (Concurso de Beleza Corporativo) mostra que os traços faciais são importantes nas empresas. Conduzindo diversos experimentos com fotografias de executivos de diversas empresas, os autores encontraram algumas coisas interessantes.

Os executivos de grandes empresas parecem mais competentes e simpáticos que aqueles de pequenas empresas. Em outro experimento, os autores encontraram que os executivos que parecem mais competentes são recompensados na sua remuneração. Outra descoberta interessante é que os rostos mais "maduros" são aqueles executivos considerados mais "competentes". Além disto, pessoas com "cara de bebê" também causam boa impressão.

Mas na prática, a "competência" facial possui pouca vinculação com a competência efetiva, medida por desempenho financeiro.

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