quarta-feira, dezembro 16, 2009

Perfil do investidor

(...) A fim de obter maiores informações sobre o perfil comportamental de investidores e propensos investidores, realizou-se uma pesquisa descritiva de natureza quantitativa baseada na aplicação de um questionário estruturado composto de 20 perguntas direcionadas a 164 discentes e 33 docentes do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os resultados auferidos por meio de técnicas estatísticas multivariada como a análise de cluster e análise de discriminante, tornaram-se possível identificar cinco grupos com características distintas de importância relevante para o estudo realizado. Verifica-se ainda que grande parcela dos respondentes afirmou não possuir conhecimentos acerca deste mercado, bem como muitos ainda se classificando como aprendizes.


FINANÇAS COMPORTAMENTAIS: ANÁLISE DO PERFIL COMPORTAMENTAL DO INVESTIDOR E DO PROPENSO INVESTIDOR - Wesley Vieira Silva, Jansen Maia Del Corso, Sandra Maria da Silva, Eliane de Oliveira

Marcadores:

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Bolha

Palavra do gestor: Fatores psicológicos presentes na formação de bolhas

Vera Rita Ferreira - Valor Econômico

Repararam como hoje fala-se com familiaridade e naturalidade em bolhas? Até o ano passado, isso era menos frequente e despertava controvérsias. Agora chegamos a encontrar três títulos numa mesma página de jornal com a palavra estampada.

Se antes tínhamos discussões intermináveis sobre as razões para altos e baixos no mercado e economistas renomados se declaravam com urticária ao ouvir a famigerada expressão, hoje o fenômeno virou premissa para a maior parte dos analistas. O debate se resume em quem será capaz de prever com exatidão quando uma bolha poderá estourar.

Quando se fala em bolha, ficam implícitos os fatores psicológicos presentes nos fenômenos econômicos. Por isso, há uma dificuldade para entender como e por que se formam, além de prever sua duração e término.

O que sabemos é que tudo o que sobe demais, desce em proporção equivalente. E quanto mais extremados os movimentos, seja para o lado que for, pode-se esperar oscilações igualmente bruscas para o outro lado. Às vezes me perguntam se essas curvas mimetizam o comportamento de pacientes portadores de transtorno bipolar, ora depressão, ora euforia, sem motivos concretos que justifiquem essas mudanças. Nesse sentido de oscilação e motivação obscura, sim, o quadro guarda semelhanças. Este é também nosso modo de funcionar psiquicamente mais básico e primitivo. Daí sua força e fácil preponderância sobre formas mais sofisticadas - embora raras - de operação mental.

Elementos psicológicos já identificados: na formação da bolha, existe a questão da inovação. A crença de que estamos vivendo algo inaudito e maravilhoso, mesmo que não se compreenda bem do que se trata. Ou será que essa sensação de estar acima do entendimento comum já não seria, justamente, um dos combustíveis para esse momento? De um lado, há a minha necessidade de o indivíduo acreditar que alguém superior deve saber do assunto - pois assim reduzo meu sentimento de desamparo num mundo tão complexo. Do outro, existe o desejo de satisfazer carências e afastar encrencas. Com isso, não há questionamentos. De bom grado, embarco na miragem da novidade - até porque ela costuma me prometer risco zero e satisfação garantida.

Embrulhando a inovação - e acabando por embrulhar, no mau sentido, muita gente boa também - vem a história. Líderes, experts e autoridades se empenharão em apresentar a miragem numa narrativa mais ou menos amarradinha, dependendo de sua competência e da incompetência de seus interlocutores, o que ajuda a dar sentido (aparente) à barafunda toda.

Isso lembra o relato de Bernard Madoff, o da pirâmide, que agora vê o sol nascer quadrado nos EUA: eu não mentia, é que o pessoal da SEC (a CVM americana) não me fazia as perguntas certas, isto é, aquelas que poderiam ser comprometedoras...

Outro elemento em comum é a vontade geral de calar as vozes que ousarem levantar a hipótese de ser uma bolha durante sua vigência. Assim, todo mundo fica doido para acreditar na historinha fofa, mesmo que ela não faça o menor sentido! E dá-lhe promessa de um mundo novo - e lucros sem fim para todos - com a internet, contabilidade criativa na Enron, os derivativos do subprime, as areias de Dubai e por aí vamos.

Até que um belo dia chega o bicho-papão: vai cair, já caiu, não vai sobrar nada, corre, foge, não tem mais jeito! É o pânico. É como se, de repente, todas aquelas dúvidas em estado latente por tanto tempo retornasse como estouro da boiada. Pronto, começou o fim do mundo. Otimismo excessivo vira pessimismo idem.

Se sabemos que é sempre assim, por que caímos de novo na mesma cilada? Será que Freud explica? Ele (e também M.Klein e Bion) pelo menos apontam a direção: a maior parte de nosso conteúdo mental é inconsciente, inacessível ao nosso conhecimento e controle, e quanto mais primitivas as emoções e operações psíquicas, mais tenderão a se repetir, seguindo padrões com certa rigidez. Flexibilidade, presença de espírito, intuição, aprender com a experiência, infelizmente, não são para quem quer. São para quem consegue e olhe lá...

Marcadores: ,

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Atratividade do homem e da mulher

Uma pesquisa sobre atratividade do homem e da mulher no sítio online de encontros OKCupid mostra algumas coisas interessantes. A avaliação das mulheres por parte dos homens segue uma curva normal, com média e mediana aproximadamente igual a 2,5 (de um total de 5). Entretanto, o número de mensagens dos homens para as mulheres está concentrado nas mulheres mais bonitas (a curva é assimétrica à esquerda).
O caso das mulheres é mais intrigante. A distribuição de notas de atratividade para os homens possui uma grande concentração nas notas menores. Ou seja, as mulheres são mais rigorosas em avaliar os parceiros. O mais interessante é que as mulheres mandam mais mensagens para os homens mais feios.

Fonte: aqui

Marcadores: , ,

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Pensando curto prazo

Um texto de Al Gore e David Blood, para o jornal Financial Times (Time is up for short-term thinking in global capitalism, 27/11/2009, Asia Ed1, 11) tenta apresentar uma explicação para crise global. A análise começa com comentários sobre a questão comportamental:

Por que os investidores e os líderes empresariais continuam focados no curto prazo e ignoram o fato de que os negociantes que pensam no longo prazo são mais competitivos e lucrativos? Os economistas comportamentais acreditam que eles possuem a resposta: nosso cérebro foi muito treinado para o curto prazo por causa da evolução que premiava o sucesso do curto prazo tal como evitar predadores e outros perigos dos nossos ancestrais. Isto assegurou a sobrevivência da sua existência, mas predispuseram-nos ao mesmo tipo de pensamento do curto prazo. Como resultado, mesmo com nosso mundo estando muito diferente dos deles, decisões de longo prazo permanecem uma exceção, não regra.

A crise financeira global tem sua origem no curto prazo, nas estratégias insustentáveis e nas ações. Antes da crise e desde então, nós (e os outros) temos clamado por uma forma de capitalismo de mais longo prazo e responsável – que nós chamamos de “capitalismo sustentável”. Mas a despeito de nossos melhores esforços coletivos, em um ano o mercado de capitais parecer ter revertido os negócios com sempre.

Os autores consideram que as mudanças devem estar em cinco blocos que sustentam o capitalismo: contabilidade, evidenciação, incentivos, regulação e responsabilidade.

Marcadores: , ,