quinta-feira, setembro 18, 2008

Juro Zero


(...) Uma simulação feita pelo Valor, com base em dados fornecidos por concessionárias em São Paulo, mostra que o tal do juro zero pode custar até 16% num intervalo de três anos.Nesta temporada, são principalmente os carros mais caros, com valor acima de R$ 50 mil, e a categoria luxo, a partir de R$ 70 mil, os alvos das ofertas.

A ilusão do juro zero - 12/09/2008 - Valor Econômico

O texto cita várias situações onde o juro não é efetivamente zero:
=> O anúncio traz o preço de tabela cheio. Num processo de negociação, o investidor com dinheiro a vista pode obter descontos
=> O juro zero pode ser interessante para indústria, quando reduz a capacidade ociosa e, por conseqüência o custo unitário
=> O ganho pode estar na venda de serviços (auto-peças, acessórios, manutenção etc)

Faltou considerar o fato de que “promoções de juro zero” atraem clientes afobados que não comprariam um carro novo, mas o fazem, em razão da promoção. Este assunto foi explorado no livro “Previsivelmente irracional”, de Dan Ariely. É uma armadilha.

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terça-feira, setembro 16, 2008

Loteria Esportiva e Racionalidade


Existe uma racionalidade na decisão de uma pessoa resolve jogar na loteria esportiva? Analisando a questão das probabilidades, não. Entretanto, muitas pessoas arriscam seus recursos e consideram um bilhete como uma necessidade semanal.

Numa entrevista para Scientific American via Economist View), George Lowenstein (What Does Neuroeconomics Say about Lotteries and Credit Cards?) analisa a racionalidade desta decisão sob a ótica a neuroeconomia.

Uma das questões apresentadas informa que pessoas pobres compram mais bilhetes de loteria. A loteria seria um “equalizador social”, o que faz com que se acredite na chance de mudar de vida com o resultado do sorteio. Quanto mais pobre uma pessoa se sente, maiores as chances de ser um jogador. Além disto, muitos sorteios estão voltados para “temas” populares, como é o caso da nossa loteria, associada ao futebol.

Sob a neuroeconomia, Lowenstein faz um comentário interessante:

Neuroeconomics is still in its infancy, and many of the existing findings are speculative or contradictory. (…) I believe that there is a danger that the field has been oversold, and perhaps “over-bought,” leading to inevitable disappointment and disillusionment.

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sexta-feira, setembro 12, 2008

Pagamento de Dividendos


A empresa Lehman Brothers Holdings Inc. está enfrentando um momento de dificuldade, conforme o gráfico (Fonte: Aqui). Entre as medidas: cortar em 93% os dividendos. Aqui se pergunta qual a razão de não cortar todos os dividendos.
A resposta é que o pagamento de dividendos é psicológico: as coisas não estão tão ruins assim. Sinalização.

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quarta-feira, setembro 10, 2008

Links

Caridade é racional

Segundo esta postagem Is it rational to give to charity? Yes! a caridade é racional:

Being leader of BonaResponds (coolest volunteer group in the world! Ok, maybe I am slightly biased) has led me into some interesting discussions on charitable giving. Some strict classic economists have argued that charity and other selfless acts do not make economic sense. To that argument I always remind them that people (and I guess monkeys too!) maximize utility and not money. Here are some recent articles that give further credence to the charitable giving can be economically justified and what at first glance appears irrational may be just the would-be economist looking at the wrong metric.

Neural Responses to Taxation and Voluntary Giving Reveal Motives for Charitable Donations

" consistent with warm glow, neural activity further increases when people make transfers voluntarily. Both pure altruism and warm-glow motives appear to determine the hedonic consequences of financial transfers"

Monkeys Enjoy Giving To Others, Study Finds:

"Researchers at the Yerkes National Primate Research Center, Emory University, have shown capuchin monkeys, just like humans, find giving to be a satisfying experience. This finding comes on the coattails of a recent imaging study in humans that documented activity in reward centers of the brain after humans gave to charity."
NowWeAreTalking offers still more evidence of the benefits of giving.

"...researchers at the University of British Columbia and the Harvard Business School found that individuals report significantly greater happiness if they make charitable donations or give gifts to others rather than spending on themselves (March 21 edition, Science)."

Which is really just to say that some of the things that appear irrational, are actually rational when utility and not just risk and return are considered. Need other examples? Excess trading, buying high flying stocks to be able to brack about them, even lottery tickets if they allow you to dream of winning big.

BTW if all of this talk about giving makes you want to be happier, BonaResponds is always ready to accept any and all donations of money, food, tools, just about anything. As the leader, I will guarantee it gets put to good use!

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quinta-feira, setembro 04, 2008

Mapeamento do cérebro

Este link traz dicas de ferramentas que podem ser usadas para estudar o cérebro. Algumas delas são gratuitas.

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quarta-feira, setembro 03, 2008

Previsivelmente irracional?

But if we really are “predictably irrational”, why does this behaviour persist? Perhaps evolution is smarter than the authors of these books.

(…) These demonstrations of our supposed irrationality mostly involve artificial situations – the helicopter pilot without a chart, the phrase deliberately framed to mislead – in which sensible, practical rules that we use to get through the complexities of everyday life give misleading answers.
(…) A cheery disposition is often objectively unjustified, but makes life better. If irrationality is predictable, it probably isn’t irrational.

There are sensible reasons for irrational behaviour, Financial Times 27 August 2008, John Kay

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segunda-feira, setembro 01, 2008

Ilusão da Moeda


A volta da inflação nos Estados Unidos trouxe de volta a preocupação com a “ilusão da moeda”. Com uma inflação de 5,6% nos últimos doze meses, os ganhos dos investidores no mercado necessitam considerar a perda monetária com a moeda, distinguindo ganhos reais dos nominais.

O problema da ilusão da moeda já foi estudado por John Campbell e Tuomo Vuolteenaho, em “Inflation Illusion and Stock Prices,” na American Economic Review de maio de 2004. E por Franco Modigliani e Richard A. Cohn, na década de 1970, no mercado acionário, conforme lembra Mark Hulbert, em Illusions About Inflation (17/08/2008, New York Times) (clique aqui)

O aumento da inflação também possui efeitos nas demonstrações contábeis. Em situações com estas, a escolha do método de avaliação de estoque, como PEPS e média móvel, tem influencia sobre o resultado. A depreciação também é afetada pelo aumento dos preços quando se usa o custo histórico.

Outro problema é a taxa de desconto para as decisões de investimento. Mais do que isto, as incertezas com respeito ao impacto da inflação nas projeções faz com que o nível de risco dos projetos seja maior. (clique aqui para ler mais)

No Brasil, a questão da Ilusão da Moeda foi objeto de pesquisa também. Fiz uma pesquisa com uma orientanda, Ludmila, que mostrou

“os resultados encontrados possuem alguns pontos divergentes com o trabalho de Shafir, Diamond e Tversky (1997). Essas divergências podem ser explicadas pelos resquícios da cultura inflacionária que existiu no Brasil. Usando sexo, a posição do aluno no fluxo do curso e a idade como variáveis de controle, encontrou-se uma relação entre o sexo do respondente com a percepção sobre as representações reais e nominais.”


(Clique aqui para ter acesso ao texto)

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