quarta-feira, junho 19, 2013

Palmas

Uma pesquisa mostrou que as pessoas decidem bater palmas conforme o comportamento das pessoas ao redor. E quanto mais alto o aplauso, maior a chance de contar com a participação de outra pessoa. Esta é a típica situação denominada de "contágio", onde as pessoas agem espelhando o comportamento do grupo.
Para observar as pessoas batendo palmas, os cientistas reuniram grupos de 13 a 20 alunos para assistir a uma breve apresentação de outro aluno. À audiência foi dito que o apresentador era um voluntário e que eles deveriam apoiar esta pessoa. Sem o conhecimento dos participantes, no entanto, os pesquisadores estavam registrando quando começaram e pararam de bater palmas. (...) Em média, a primeira pessoa começou a bater palmas 2,1 segundos após o término da apresentação, com a sala inteira juntando-se em 2,9 segundos. O aplauso (do início ao fim) durou uma média de 6,1 segundos.

Mas o tamanho das palmas variou muito, porque alguém do grupo deve ser o primeiro a decidir parar. Cessação do aplauso por este líder desencadeou uma cascata de mais e mais pessoas, que param também.

Adaptado daqui

terça-feira, junho 18, 2013

Smartphone e inteligência

Muito tempo atrás, alguns escritores decidiam morar em lugares afastados para bloquear o mundo exterior e se concentrar na página em branco. Hoje, está ficando cada vez mais difícil manter o mundo tecnológico à distância. Alguns desses retiros para artistas permitiram o acesso sem fio aos estúdios, enquanto outros, como Yaddo e MacDowell, limitam a capacidade de acesso à internet em suas bibliotecas. 

"As pessoas às vezes se surpreendem com sua própria reação quando ficam off-line", disse ao "Times" David Macy, diretor e residente da colônia artística MacDowell. "Eu acho que há até um nome médico para isso -ou talvez seja o nome do [jornal satírico] 'The Onion'-: 'ansiedade provocada por não estar em um hot spot sem fio'." 

Alguns escritores instalaram programas de software como Freedom e SelfControl para tentar limitar a navegação na internet. O romancista americano Jonathan Franzen retirou o cartão sem fio de seu computador, colocou o cabo de rede no lugar e depois cortou o cabo, transformando o computador em uma máquina de escrever livre de internet, relatou o "Times". 

O objetivo de minimizar as distrações é mais que nobre. As interrupções nos tornam menos inteligentes, segundo pesquisa do Laboratório de Integração Humana-Computador da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, na Pensilvânia. 

Os pesquisadores de lá decidiram medir o poder cerebral perdido quando alguém é interrompido por um telefonema ou por um e-mail, relataram no "Times" os autores Bob Sullivan e Hugh Thompson. Quando os sujeitos eram informados de que deviam esperar uma distração e eram interrompidos durante um teste, se saíam muito pior que os sujeitos que eram deixados à vontade. O grupo distraído/interrompido respondeu corretamente em 20% menos ocasiões que o grupo não interrompido. 

"Existem evidências de que não somos tão viciados em novas mensagens de texto", escreveram. "Na verdade, elas também nos roubam energia cerebral." 

(...)Experimentos mostraram que as pessoas deixam de notar coisas tão óbvias quanto alguém vestido de gorila quando sua atenção é distraída. "Pesquisadores usando dispositivos de rastreamento de olhos descobriram que as pessoas podem não ver a roupa de gorila mesmo quando olham diretamente para ela", disseram Simon e Chabris [capa do livro na foto]. "Esse fenômeno de 'cegueira desatencional' mostra que o que vemos depende não apenas de para onde olhamos, mas também de como focalizamos a atenção." 

Poucos autores abandonariam a capacidade de pesquisa que a internet oferece. A era da computação "usável" já chegou, mas a nova tecnologia está evoluindo mais depressa que nossa capacidade de administrá-la. 

"O Google Glass pode permitir que os usuários façam coisas incríveis", escreveram Simon e Chabris, "mas não elimina os limites da capacidade humana de prestar atenção." Fonte: Folha de S Paulo

terça-feira, junho 04, 2013

Precisão e Ancoragem

Diariamente fazemos inúmeras negociações: quando vamos à feira, quando pedimos aumento de salário ou quando discutimos com nossos amigos em qual restaurante iremos almoçar. São situações tão comuns, que muitas vezes não damos conta de melhor estratégia para tirarmos vantagem de cada situação. Estas negociações são objeto de estudo e análise por parte dos pesquisadores acadêmicos pelas inúmeras consequências que produzem. Quando dois indivíduos discutem o preço de um produto que está sendo comercializado, as técnicas usadas podem ajudar o vendedor a obter um melhor preço ou ao comprador conseguir um grande desconto.

Diversos estudos já mostraram como inúmeras variáveis, como o contato físico, as cores e o ambiente, afetam o processo de negociação. Em geral numa negociação existe o ponto de partida, geralmente dado pelo vendedor. Quando estamos na feira e notamos um produto que pode ser interessante, perguntamos o preço ao dono da banca. A resposta do vendedor será o pontapé inicial para a negociação entre as duas partes.

Uma pesquisa realizada por quatro estudiosos da Universidade de Columbia mostrou que a oferta inicial é relevante para o preço acordado entre as partes. Os pesquisadores estudaram se o fato da oferta inicial for um número exato ou for um número arredondado interfere no resultado final.

No mundo real geralmente as ofertas iniciais são números arredondados: ninguém anuncia um automóvel por R$23.465, por exemplo. E se isto ocorresse? Os pesquisadores observaram que a precisão na oferta inicial são âncoras mais potentes. Ou seja, servem mais na negociação seguinte. Em outras palavras, quando alguém pede R$23.500 por um automóvel, o valor final poderá ser um número mais distante do pedido inicial do que o preço anunciado de R$23.465 por um automóvel.

Os autores sugerem que a pessoa que faz uma oferta inicial de R$23.465 geralmente está mais informada sobre o produto do que aquela que faz uma oferta menos precisa. Uma consequência desta situação é os indivíduos que usam valores exatos no pedido inicial tendem a ser mais inflexíveis na negociação.

Leia Mais: MASON, Malia F; LEE, Alice; WILEY, Elizabeth; AMES, Daniel. Precise offers  are potente anchors: Conciliatory counteroffers and attributions of knowledge in negotiations 

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