Diferença de salário entre homens e mulheres
Em diversos países do mundo existem mais mulheres do que homens com diploma de curso superior. Esta é uma tendência que também ocorre no Brasil . Doze por cento da população adulta feminina possui diploma de curso superior, mas somente dez por cento dos homens conseguiram concluir o terceiro grau.
Entretanto, apesar das mulheres terem melhor educação, isto não se reflete no mercado de trabalho. No Brasil, 91% dos homens com curso superior possuem emprego, contra 81% do gênero feminino. Os números da OCDE mostram que esta tendência também ocorre em países menos machistas. Como o diploma superior agrega renda – um brasileiro formado num curso superior recebe 2,5 vezes mais que aquele que completou o ensino médio – isto deveria significar que as mulheres teriam um salário médio maior. Mas isto não ocorre na prática: os homens ainda ganham mais por trabalho equivalente.
Existem diversas explicações para as diferenças entre os homens e as mulheres no momento de receber seus pagamentos mensais. A mais óbvia, a diferença decorre de um passado, onde a mulher era claramente discriminada. Esta diferença pode ter reduzido nos últimos anos, mas ainda não foi suficiente para igualdade salarial.
Uma explicação menos óbvia foi obtida de um experimento apresentado por três pesquisadores. Eles publicaram um anúncio oferecendo emprego. Para metade daqueles que se interessam o salário era fixo, de 15 dólares a hora. Para outra metade, existia uma parcela fixa, de doze dólares, e uma parcela variável, de seis dólares a hora, que seria obtido numa comparação com um colega. Assim, nesta segunda proposta, o valor esperado seria de 15 dólares ou $12 + 50% x $6. Ou seja, ambas as propostas possuíam um valor médio igual, mas a segunda proposta dependeria de uma competição. Ao comparar a aceitação da proposta os pesquisadores encontraram que as mulheres eram menos propensas a aceitar a oferta de competição.
Para os pesquisadores, isto pode ser um sinal de que as mulheres não estão muito interessadas em trabalho onde exista uma competição, ao contrário dos homens. Em outras palavras, mulheres possuem preferência diferente pela competição. Como os salários são resultantes de competição que ocorre no mercado de trabalho, isto poderia ser uma explicação para a persistência da diferença salarial entre as pessoas. Em lugar de preconceito, herança cultural e outras explicações, o experimento parece indicar que parte da diferença decorre das preferências do gênero, que talvez tenha sido marcada ao longo da evolução da nossa espécie. Assim, o esforço no sentido de reduzir esta diferença é de longo prazo.
Leia mais em FLORY, Jeffrey; LEIBBRANDT, Andreas; LIST, John. Do Competitive Workplaces Deter Female Workers? A Large-Scale Natural Field Experiment on Gender Differences in Job-Entry Decisions, 2010.
Entretanto, apesar das mulheres terem melhor educação, isto não se reflete no mercado de trabalho. No Brasil, 91% dos homens com curso superior possuem emprego, contra 81% do gênero feminino. Os números da OCDE mostram que esta tendência também ocorre em países menos machistas. Como o diploma superior agrega renda – um brasileiro formado num curso superior recebe 2,5 vezes mais que aquele que completou o ensino médio – isto deveria significar que as mulheres teriam um salário médio maior. Mas isto não ocorre na prática: os homens ainda ganham mais por trabalho equivalente.
Existem diversas explicações para as diferenças entre os homens e as mulheres no momento de receber seus pagamentos mensais. A mais óbvia, a diferença decorre de um passado, onde a mulher era claramente discriminada. Esta diferença pode ter reduzido nos últimos anos, mas ainda não foi suficiente para igualdade salarial.
Uma explicação menos óbvia foi obtida de um experimento apresentado por três pesquisadores. Eles publicaram um anúncio oferecendo emprego. Para metade daqueles que se interessam o salário era fixo, de 15 dólares a hora. Para outra metade, existia uma parcela fixa, de doze dólares, e uma parcela variável, de seis dólares a hora, que seria obtido numa comparação com um colega. Assim, nesta segunda proposta, o valor esperado seria de 15 dólares ou $12 + 50% x $6. Ou seja, ambas as propostas possuíam um valor médio igual, mas a segunda proposta dependeria de uma competição. Ao comparar a aceitação da proposta os pesquisadores encontraram que as mulheres eram menos propensas a aceitar a oferta de competição.
Para os pesquisadores, isto pode ser um sinal de que as mulheres não estão muito interessadas em trabalho onde exista uma competição, ao contrário dos homens. Em outras palavras, mulheres possuem preferência diferente pela competição. Como os salários são resultantes de competição que ocorre no mercado de trabalho, isto poderia ser uma explicação para a persistência da diferença salarial entre as pessoas. Em lugar de preconceito, herança cultural e outras explicações, o experimento parece indicar que parte da diferença decorre das preferências do gênero, que talvez tenha sido marcada ao longo da evolução da nossa espécie. Assim, o esforço no sentido de reduzir esta diferença é de longo prazo.
Leia mais em FLORY, Jeffrey; LEIBBRANDT, Andreas; LIST, John. Do Competitive Workplaces Deter Female Workers? A Large-Scale Natural Field Experiment on Gender Differences in Job-Entry Decisions, 2010.
Marcadores: homem, mulher, remuneração, salário