sexta-feira, julho 30, 2010

Responsabilidade pesa

“Um político de peso, capaz de opiniões abrasivas, quando questionado sobre seus atos, esquiva-se com argumentos escorregadios. Incapaz de sentir a pressão da culpa sobre a alma, dorme um sono leve.”

Você deve estar imaginando a que político estou me referindo, mas talvez não tenha percebido que o parágrafo acima contém cinco exemplos do uso de termos relacionados ao sentido do tato (peso, abrasivo, escorregadio, pressão e leve) para qualificar objetos que jamais percebemos por meio desse sentido (político, opiniões, Paulo, culpa e sono).

A associação de termos relacionados aos sentidos para qualificar objetos não relacionados ao sentido em questão ocorre em todas as línguas. Estudos quantitativos demonstraram que o tato é o sentido em que esse fenômeno de transferência é mais frequente, apesar de muitas vezes o sentido da visão (“uma mente brilhante”) e o do olfato (“aquele acordo fede”) também fornecerem qualificadores para objetos não relacionados.

Muitos linguistas e psicólogos acreditam que esse fenômeno se deve ao fato de o tato ser o primeiro sentido utilizado pela criança para perceber o mundo exterior. Mesmo antes de abrir os olhos, o recém-nascido sente o bico do peito na boca, prova o gosto do leite e se conforta com o cheiro e o abraço da mãe. Esses cientistas acreditam que mais tarde, durante o desenvolvimento da linguagem, a mente humana transfere para objetos abstratos muitas das qualificações derivadas dos sentidos. E ao longo da história da humanidade, em todas as culturas, essas associações se perpetuam em expressões verbais.

Agora, um grupo de cientistas deu um passo além e investigou se essa associação entre percepções táteis e objetos não relacionados influencia o comportamento e a capacidade de julgamento de pessoas adultas. O que eles testaram é se a presença de um estímulo tátil afeta nossa capacidade de decisão.

No primeiro estudo, pediram para 50 voluntários avaliarem o currículo de um candidato a um emprego hipotético. Todos os voluntários receberam o mesmo currículo, com o mesmo texto, impresso em folhas de papel idênticas, e tiveram o mesmo tempo para fazer sua avaliação. A diferença é que metade recebeu o currículo em uma prancheta leve, que pesava aproximadamente 300 gramas, e a outra metade, em uma prancheta pesada, de mais de 2 quilos. Uma diferença de 1 quilo e 700 gramas. Os voluntários deveriam avaliar, em uma escala de 0 a 10, se o candidato era adequado à vaga, se possuía os requisitos necessários e assim por diante.

Peso da linguagem. O resultado é impressionante. Os avaliadores que receberam a prancheta pesada deram notas maiores para as qualidades do candidato que, na língua inglesa, possuem expressões verbais associadas ao peso (capacidade intelectual e responsabilidade). Por outro lado, na parte da avaliação que perguntava sobre a capacidade de socialização do candidato, que na língua inglesa não possui expressões relacionadas ao peso, a avaliação pelo grupo de pessoas com as pranchetas pesadas ou leves foi idêntica.

Além disso, os cientistas pediram para que os voluntários avaliassem como se sentiam em relação à responsabilidade de avaliar um candidato a partir de apenas um currículo. Os que haviam recebido o currículo em pranchetas pesadas avaliaram sua própria responsabilidade como muito maior quando comparada à percepção dos que receberam as pranchetas leves. Ou seja, “sentiram o peso da responsabilidade”.

Outros cinco experimentos, que testaram se a manipulação de objetos rugosos ou lisos e duros ou moles afeta o julgamento de pessoas adultas, confirmou que nossa capacidade de julgamento e decisão é realmente afetada pelo estímulo tátil ao qual estamos submetidos. Esse experimento demonstra claramente que nossa capacidade de tomar decisões racionais é aparente e limitada.

Nosso cérebro, o aparato que processa informações e decide, está longe de ser isento de influências que datam de nossa infância. Tudo indica que nossa história tem um peso muito real sobre nossa capacidade de julgamento. Freud deve estar sorrindo no túmulo.

MAIS INFORMAÇÕES: INCIDENTAL HAPTIC SENSATIONS INFLUENCE SOCIAL JUDGMENTS AND DECISIONS. SCIENCE, VOL. 328, PÁG. 1.712, 2010

Responsabilidade pesa 1,7 kg
Fernando Reinach - 29 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

sexta-feira, julho 23, 2010

Qual o poder da abordagem comportamental?

Depois do sucesso dos trabalhos dos pesquisadores acadêmicos, ocorreu um exagero na crença que tudo seria possível usando as abordagens comportamentais.

O exemplo deste extremo encontra-se na obra Nudge, de Thaler, onde diversas propostas foram feitas no sentido de melhorar a vida das pessoas. Isto incluía desde a quantidade de dinheiro poupado pela população até as situações prosaicas, como a limpeza dos banheiros masculinos.

Isto levou os governantes acreditarem que, com pequenas mudanças nas abordagens dos problemas, poderia resolver grandes problemas, sem muito esforço. Assim, na Inglaterra adotou-se um sistema de informar aos moradores a quantidade de eletricidade consumida pelos vizinhos.

O uso da abordagem comportamental como panacéia para todos os problemas começa a ser questionado. Mas as dúvidas não são provenientes dos economistas tradicionais, que acreditam na força do mercado. Mas dos próprios pesquisadores da área.

Dois autores da área, George Loewenstein e Peter Ubel observaram que as políticas baseadas nas suposições comportamentais não são suficientes para resolver os problemas. O programa britânico de economia de energia, através da informação do consumo do vizinho, reduziu somente 1 a 2,5%, um valor muito pequeno.

Para ler mais

Can behavioral economics cause real harm? – Reuters – 15 jul 2010 -

The Limits of Behavioral Economics – Stephen Dubner,

Is behavioural economics a political placebo?

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terça-feira, julho 13, 2010

Economia Irracional

O livro Economia Irracional é decepcionante. Nem a presença de autores conhecidos como Akerlof, Arrow, Schelling, Shiller, Slovic e Sunstein, sendo os três primeiros ganhadores do Nobel de Economia, salva a obra. É uma junção de artigos, com assuntos como risco, superstição e racionalidade. Mas tudo muito superficial, com pouco vínculo entre os assuntos.

O artigo de superstição, de Shelling, discute a questão do número treze, da falácia de Monte Carlo, dos jogos contra natureza e de religião. Mas quatro páginas e meia não apresenta nada de novo. Na realidade, dos trinta capítulos, gostei somente de dois deles. Ambos discutem a questão da reação aos desastres naturais. O primeiro, O problema do Roubo, de Kip Viscusi, apresenta o caso interessante da cidade de Nova Orleans, que foi destruída pelo Katrina, um furação, em 2005. Apesar de muitos economistas questionarem a ajuda para reconstruir a cidade, em razão dos riscos ainda presentes de novas tragédias, a cidade está sendo reconstruída. Viscusi enxerga aqui o efeito propriedade, um problema estudado em finanças comportamentais, onde as pessoas costumam atribuir um valor exagerado aos seus bens.

O segundo artigo interessante é A Peculiar Política Americana da Administração de Desastres, de David Moss. O autor escreve sobre o comportamento do governo diante de situações de risco extremo, como é o próprio caso do Katrina. Em lugar de usar um “seguro”, o governo tem financiado estas situações com receitas orçamentárias emergenciais. Moss faz um retrospecto histórico mostrando que nem sempre isto foi assim: no passado, a assistência de grandes desastres era principalmente de entidades como a Cruz Vermelha, e cobriam somente uma pequena parcela dos dados estimados. Em 1927, um enchente no Misssissipi teve uma assistência de 3,3% dos danos coberta pelo governo e 5,8% pela Cruz Vermelha. Em 1993, um nova enchente no mesmo rio trouxe uma ajuda governamental de 52,5% do total dos danos, enquanto a Cruz Vermelha ajudou somente 0,4%. Moss acredita que a diferença entre as duas tragédias deve-se a atuação da imprensa e seus efeitos sobre a opinião pública. Cenas dramáticas das tragédias tendem a sensibilizar os políticos, inclusive os congressistas que irão aprovar o destino das verbas públicas. Além disto, as reportagens tendem a enfatizar as perdas (de vida ou de objetos materiais), deixando de lado as ações preventivas que poderiam ter sido realizadas.

Dois textos interessantes, mas pouco para uma obra cujo subtítulo é “Como tomar as decisões certas em tempos de incerteza”.

Economia Irracional. Organizado por Erwann Michel-Kerjan e Paul Slovic, Elsevier, 2010.

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segunda-feira, julho 05, 2010

Efeito da vida moderna

Faz mal Faz nada
Matt Richtel
O Estado de São Paulo - 5 jul 2010

Conheça os Campbell, uma família que exemplifica quanto a dependência digital pode afastar um do outro; a partir da história deles, pesquisadores discutem se o uso de equipamentos eletrônicos e o hábito de fazer muitas coisas simultaneamente deixam mesmo as pessoas mais distraídas - ou se isso é tudo exagero

Quando um dos mais importantes e-mails da vida de Kord Campbell chegou, ele não viu. Só o leu 12 dias mais tarde, enquanto fazia uma limpa na caixa de entrada: uma companhia queria comprar sua startup de internet. “É um absurdo não prestar atenção numa mensagem como essa, mas eu fiz isso”, diz ele.

Ele conseguiu salvar o negócio de US$ 1,3 milhão. E tenta aliviar os efeitos do dilúvio de dados. Mas mesmo quando desliga seus equipamentos, sente falta do estímulo proporcionado por eles. Lidar com o fluxo constante de informações pode fazer que as pessoas mudem a forma de pensar e se comportar. O volume de dados recebidos desperta o impulso primitivo de responder a oportunidades ou ameaças imediatas. O estímulo provoca excitação – uma verdadeira injeção de dopamina – que pode viciar. Na falta dela, o tédio.

As distrações que a dependência provoca podem ter consequências mortais, como quando motoristas dirigem usando o celular. E para milhões de pessoas como Campbell, esses impulsos reduzem a criatividade e a reflexão, interrompendo o trabalho e prejudicando a vida familiar.

Embora diversas pessoas afirmem que muitas tarefas ao mesmo tempo as tornam mais produtivas, as pesquisas mostram o oposto: quem faz muitas coisas ao mesmo tempo tem mais dificuldade de concentração e de excluir as informações irrelevantes, além de sofrer mais de estresse. Os cientistas estão descobrindo que mesmo depois de uma pessoa terminar as tarefas, o pensamento fragmentado e a falta de concentração persistem.

“A tecnologia está reeducando o cérebro”, diz Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Dependência das Drogas e uma das maiores especialistas mundiais em distúrbios do cérebro. Ela e outros pesquisadores comparam a atração do estímulo digital à da comida e do sexo: essenciais, porém contraproducentes quando em excesso.

O consumo de informações, desde e-mails a TV, explodiu, para melhor ou para pior. Em 2008, as pessoas consumiram diariamente três vezes mais informações do que em 1960. E agora a atenção se desloca o tempo todo de um ponto a outro. Os usuários de computadores mudam de janelas ou verificam e-mails ou outros programas cerca de 37 vezes por hora, mostra uma nova pesquisa. “Estamos expondo nosso cérebro a um ambiente e pedindo que faça coisas para as quais não está necessariamente evoluído o bastante”, diz Adam Gazzaley, neurocientista da Universidade da Califórnia.

Campbell, 43 anos, faz um uso mais intenso de tecnologia do que a maioria das pessoas. Mas os conflitos dele e de sua família tipificam o que muitos experimentam – e o que outros tantos ainda vão experimentar.

A família Campbell mudou-se recentemente para a Califórnia. A vida do dono da casa gira em torno de computadores. Ele dorme com um laptop ou um iPhone sobre o peito e, quando acorda, se conecta imediatamente. Ele e a esposa, Brenda, de 39 anos, vão para a cozinha, onde ela prepara o café assistindo à TV no canto da tela do computador, enquanto ele usa o resto do monitor para checar e-mails.

O filho de 16 anos, Connor, ganhou recentemente os primeiros preservativos de presente. Os pais esperam que o sexo o tire da frente do computador. A filha de 8 anos, Lily, que tem um iPod Touch, um aparelho de DVD portátil e um laptop, acha que o pai prefere a tecnologia à família.

A mãe, Brenda, relembra as férias da família. Um dia antes da viagem, saiu o iPad, e Campbell comprou um. Resultado: “na primeira noite das férias, não saímos para jantar. Ficamos sentados diante dos nossos aparelhos”. Ela faz a contabilidade da companhia do marido, cuida da casa e trabalha na biblioteca da escola. Recentemente, estava assando biscoitos quando o telefone tocou. Ela respondeu com um SMS, depois se perdeu no Facebook e os biscoitos queimaram. Começou nova fornada, mas ouviu o telefone de novo, novamente ficou ocupada enviando mensagens. E eles queimaram de novo. Como os ingredientes tinham acabado, ela saiu e comprou biscoitos prontos.

Desde cedo. Quando tinha 9 anos e morava em Oklahoma City, Campbell ganhou dos pais um videogame Pong. Depois veio uma série de consoles e PCs, que ele aprendeu a programar. No colegial, administrava, ao mesmo tempo, os computadores, o basquete e o namoro com Brenda. Deixou o colégio para ajudar nos negócios da família, depois montou uma firma de cortar grama. À noite, lia, jogava videogame, namorava e, segundo Brenda, “falava bem mais”.

Em 1996, criou um bem-sucedido provedor de internet. Então montou a empresa que vendeu por US$ 1,3 milhão, em 2003.

Campbell festeja o ritmo acelerado da vida moderna, mas, ao mesmo tempo, fantasia sobre a vida na época dos pioneiros, quando o ritmo era mais lento: “Não consigo guardar tudo na cabeça”. Não surpreende: as pessoas consomem hoje em média 12 horas de informações por dia. Uma hora diante da internet e da TV simultaneamente vale por duas. Em 1960, eram cinco horas, dizem pesquisadores da Universidade da Califórnia. Os usuários de computadores visitam em média 40 sites por dia, segundo estudo da RescueTime, que faz ferramentas para administrar o tempo.

Multitarefa. Quando chegou a Stanford, em 2004, Eyal Ophir decidiu investigar se a dedicação intensiva a múltiplas atividades ao mesmo tempo poderia mudar uma característica do cérebro considerada imutável: somos capazes de processar um único fluxo de informações de cada vez. Mas Ophir, primeiro como estudante e depois como pesquisador, achou que as pessoas que se dedicam a tarefas múltiplas poderiam reaprender a lidar com a carga simultânea.

Em um teste criado por ele, havia dois grupos: um de pessoas que conseguiam fazer tarefas múltiplas (a partir de respostas a perguntas sobre como usavam a tecnologia) e outro de pessoas que nem tentavam. A todos, foi mostrada rapidamente uma imagem com retângulos vermelhos. Depois, outra imagem semelhante. Todos tiveram de dizer se os retângulos haviam mudado de posição. Era bem simples. Depois foram acrescentados, à mesma imagem, retângulos azuis. Os pesquisadores pediram o todos que ignorassem os azuis.

As pessoas multitarefas foram mal, bem pior do que as outras, ao apontar variações nos vermelhos. Isso porque não conseguiram ignorar os azuis – a informação irrelevante. Levaram mais tempo para passar de uma tarefa a outra e foram menos eficientes na solução de problemas.

Em outro teste, o primeiro grupo tendia a buscar novas informações em vez de aceitar um prêmio por trabalhar com dados mais antigos e valiosos. Segundo os pesquisadores, isso aponta para uma interessante dinâmica: as pessoas multitarefa parecem mais sensíveis ao novo.

Os resultados ilustram também um conflito antigo, que a tecnologia pode estar intensificando. Uma parte do cérebro atua como uma torre de controle, ajudando a pessoa a se concentrar e a estabelecer prioridades. Partes mais primitivas, como as que processam a visão e o som, exigem que ele preste atenção a novas informações, bombardeando a torre de controle quando estimuladas. Para os pesquisadores, trata-se de uma evolução da pressão desse bombardeio no cérebro. A parte inferior do cérebro alerta o ser humano do perigo, como a proximidade de um leão, deixando de lado metas como a construção de um abrigo. Hoje, o leão é um e-mail que chegou; e o abrigo, a redação de um projeto de negócios ou o cuidado com a família.

“Há um grande e crescente número de pessoas que acham que a menor indicação de que pode estar chegando algo interessante já é um chamariz. Eles não conseguem ignorá-lo”, disse Clifford Nass, professor de comunicação em Stanford. Para ele, os estudos realizados em Stanford são importantes porque mostram os efeitos persistentes da realização de múltiplas tarefas: “O assustador no caso de pessoas como Campbell é que não conseguem desligar o multitarefa mesmo quando estão offline”.

Mas essas pessoas são assim por causa do digital, ou são mais propensas à distração e teriam problemas de se concentrar em qualquer época? A pergunta é proposta por Melina Uncapher, neurobióloga da equipe de Stanford. Mas ela mesma acrescentou que a ideia de que a sobrecarga de informações provoca distração é respaldada por um número crescente de pesquisas. Um estudo da Universidade da Califórnia, em Irvine, mostrou que as pessoas que são interrompidas pela chegada de e-mails relataram aumento significativo do estresse em comparação às que continuam concentradas.

Uma pesquisa preliminar mostra que há, sim, pessoas que lidam bem com múltiplos fluxos de informações: menos de 3% da população, segundo cientistas da Universidade de Utah.

Outra pesquisa mostra que o uso do computador é benéfico do ponto de vista neurológico. Em estudos realizados por imagem, o dr. Small observou que os usuários de internet têm maior atividade cerebral em comparação aos que não usam, o que sugere que estão intensificando seus circuitos neurais.

Há hoje um intenso debate entre cientistas sobre se a influência do digital no cérebro é assim tão negativa e se é, de fato, significativa. “A conclusão é que o cérebro se liga para adaptar-se”, diz Steven Yantis, professor de ciências do cérebro na Universidade Johns Hopkins. “Incontestavelmente a reeducação ocorre o tempo todo.” Mas ele disse que é muito cedo ainda para saber se as mudanças provocadas pela tecnologia são diferentes de outras que ocorreram no passado.

Ophir hesita em definir essas mudanças como boas ou más, embora esteja preocupado com as consequências disso na capacidade de análise e de criatividade. E ele não está só preocupado com os outros. Pouco depois de chegar a Stanford, um professor veio até ele para agradecer por ser o único estudante da classe que prestava total atenção na aula. Mas recentemente ele comprou um iPhone e notou que fica tentado a usá-lo até quando está brincando com a filha. “A mídia está mudando meu comportamento. Sinto um estímulo interno que diz: cheque o e-mail. Trabalho para acalmá-lo”. Campbell nem tenta. Ou não consegue mais./TRADUÇÃO ANA CAPOVILLA