sexta-feira, setembro 29, 2006

Quando a sigla é importante

Reportagem do Wall Street Journal mostra que a sigla da ação pode ser importante para valorizar a ação de uma empresa. Publicado em português no Estado de São PAulo de hoje, p. B8.

"Nas bolsas americanas, o segredo de uma ação pode estar no seu código
September 29, 2006 4:05 a.m.

Por Jennifer Valentino
The Wall Street Journal

Há pelo menos dois anos, o pessoal de relações com investidores da Harley-Davidson Inc. vinha achando que o código da empresa nas bolsas americanas, HDI, não era bom para evocar a imagem da empresa. E havia algo melhor disponível: HOG, gíria em inglês para uma motocicleta Harley-Davidson.

Surpresa foi o que ocorreu desde a adoção do novo código, em meados de agosto: as ações da empresa subiram quase 16%, comparado com cerca de 4% para o índice de 500 ações da Standard & Poor's. Não foi a primeira vez que uma ação se valorizou depois da adoção de uma sigla chamativa. Nos Estados Unidos, onde a cultura de investimento em ações está disseminada e a quantidade de papéis negociados é gigantesca, os códigos em bolsa têm um peso extra. Como as siglas, e não os nomes das empresas, tendem a predominar em serviços de cotações, as que sejam facilmente identificáveis com a companhia podem representar uma vantagem.

Há até estudos sugerindo que empresas com códigos bem bolados se saem melhor do que outras. Embora a sugestão de uma relação de causa e efeito aqui possa soar absurda, uma sigla que provoca reação no investidor — algo como o BID (lance, em inglês) da casa de leilões Sotheby's — também pode deixá-lo mais rico, pelo menos por algum tempo.

Os estudos em questão não chegam a provar que a sigla influencia a cotação da ação. Mas esses estudos revelam, sim, algo da psicologia do investidor, e da importância de um nome fácil de lembrar.

Num deles, publicado em junho na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores da Universidade de Princeton descobriram que empresas com siglas pronunciáveis têm um desempenho melhor logo após a abertura de capital do que aquelas cujo código não pode ser dito como uma palavra só.

Adam Alter e Daniel Oppenheimer, da universidade, pegaram quase 800 códigos que estrearam na Bolsa de Nova York e na Bolsa de Valores Americana entre 1990 e 2004 e dividiram as empresas em duas categorias: as que tinham siglas pronunciáveis (como RAD, da Rite Aid Corp.) e as que não tinham (como RDA, da Reader's Digest Association Inc.). A dupla descobriu que quem tivesse investido US$ 1.000 nas empresas do primeiro grupo no início do primeiro dia de negociação em bolsa teria ganhado US$ 85,35 a mais naquele dia do que quem tivesse investido no grupo sem sigla pronunciável.

Um outro estudo sugere efeitos ainda mais prolongados. Gary Smith, professor de Finanças da Faculdade de Pomona, pediu a um grupo de voluntários que classificasse códigos de empresas nas bolsas segundo sua "inventividade". De 1984 a 2004, uma cesta de empresas com as siglas mais inventivas deu um retorno anual composto de 23,6%, ante 12,3% de um índice hipotético de todas as ações listadas na Bolsa de Nova York e na Nasdaq. Entre as mais engenhosas estavam nomes como a Anheuser Busch Cos. (cuja sigla é BUD, da cerveja Budweiser) e empresas que haviam deixado a bolsa ou sido compradas, como a Lion Country Safari (sigla GRRR)."

quinta-feira, setembro 21, 2006

Wikipedia e propaganda

A Wikipedia é uma enciclopédia que surpreende a cada dia.

Recentemente um escandâlo envolveu uma modelo e seu namorado nas praias da Espanho. Veja o verbete da Wiki e verifique que o mesmo já está atualizado. Clique aqui

As empresas também estão descobrindo os problemas desta enciclopédia. Se você pesquisar MacDonalds poderá notar que o conteúdo contrário a empresa é bastante significativo, com uma grande ênfase ao filme Super Size Me.

O verbete da Home Depot traz um extenso relato dos casos de drogas que foram encontradas na loja de Massachusetts.

Já o verbete do Carrefour não comenta alguns dos problemas que a empresa passou, inclusive no Brasil.

O que uma empresa pode fazer numa situação como esta? Certamente não é aconselhável participar da Wiki pois isto pode caracterizar uma propaganda, com efeitos negativos.

Clique aqui para um discussão interessante

Neuro economia

Uma área de pesquisa interessante é a neuroeconomia. Enquanto finanças comportamentais mostram a existência de comportamentos diversos ao da racionalidade, a neuroeconomia procura explicar a razão de existir este tipo de comportamentamento. Utilizando máquinas que analisam a parte do cerébro que está participando do processo decisório. Um dos expoentes é o português Antonio Damasio.

No link a seguir uma reportagem sobre a neuroeconomia. Em inglês, publicada na revista NewYorker.

Um link para um paper sobre promessas e limites deste campo

segunda-feira, setembro 04, 2006

Confiança


A confiança que uma pessoa tem pode interferir no seu processo decisório. Um artigo do Financial Times, de 18 de agosto de 2006, trata dos efeitos da superconfiança.

Um exemplo de como o excesso de confiança se manifesta: perguntar a um conjunto de pessoas se eles dirigem melhor/igual ou pior do que a média. Provavelmente 70 a 80% das respostas será "melhor", o que é incoerente (a média deveria ser 50%).

O indíviduo com excesso de confiança tende a assumir maior risco, achando que não irá perder quando o mercado está em crescimento. Assim como a foto desta postagem.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Artigos em Economia

Uma pesquisa realizada por Han Kim, Adair Morse e Luigi Zingales procuraram identificar os artigos mais citados dos periódicos de economia desde 1970. O vencedor foi um artigo de econometria de Hal White.

O segundo colocado foi o artigo de Kahneman e Tversky, de 1979, denominado "Prospect Theory - Analysis of Decision under Risk", da Econometrica, com 4085 citações. (O terceiro é o artigo de Jensen e Meckling, sobre Teoria da Firma, de 1976.

Fonte: Blog de Greg Mankiw