quarta-feira, abril 18, 2007

Decoy Effect

Se você tiver dois Ipods, um com o preço de R$800 e uma capacidade de 30 de memória e um segundo Ipod com preço de 1.500 e capacidade de 60. Qual você compraria? Alguns consumidores levariam em consideração o preço e escolheriam o primeiro; outros optariam pelo segundo.

Suponha que as alternativas agora seja três Ipods. O novo modelo tem preço de R$1.800 mil, com capacidade de 50 GB. Você optaria agora pelo modelo de R$1.500? Muitas pessoas respondem que sim. A existência de um terceiro modelo muda a comparação de forma favorável para o modelo de R$1.500.

Isto é conhecido em Marketing como Decoy effect ou Efeito da Dominância da Assimetria. Sabe-se que os consumidores terão uma preferência diferente entre duas alternativas quando existir uma terceira opção. Quando esta alternativa estiver presente na escolha, a opção das pessoas muda.

Isto também pode ocorrer na política, quando uma eleição possui dois ou três candidatos. Clique aqui e aqui

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terça-feira, abril 17, 2007

Profissão e mercado

A profissão influencia na hora de escolher o melhor investimento
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 16/04/2007

A escolha do investimento mais adequado passa por diversas esferas. A profissão do aplicador pode ser determinante na formação da carteira de investimentos. Se o ofício for de uma área muito distante, poderá parecer não existir influência direta. Na advocacia, por exemplo, existem áreas que podem acabar direcionando as aplicações. O advogado societário Fernando Gammino diz-se totalmente influenciado pela área em que atua. Já o médico Felipe Werneck conta que não acredita que seu trabalho tenha ajudado nos investimentos que faz. De qualquer forma, o ser humano é um só e cada aprendizado pode ser levado para campos aparentemente diferentes. A metodologia e a racionalidade utilizadas na medicina podem transferidas para o aprendizado financeiro.

O diretor da Mercatto Gestão de Recursos, Paulo Veiga, especialista em investimentos, acredita que o mais importante para ter-se uma cultura financeira é o nível de formação sócio-econômico. “Quando se tem um grau de instrução maior, principalmente financeiro, fica mais fácil para o gestor perceber qual é o perfil do investidor”, diz.

poupança.Para ele, o ideal é que o investidor ao menos conheça as diferentes formas de formar poupança, para travar um diálogo com o profissional de investimento. “É importante que antes de investir se procure um profissional de confiança, que não seja de um banco, porque eles têm metas a cumprir e podem indicar investimentos que não sejam adequados”, aconselha. Para ele, quanto maior for o grau de escolaridade será esperado maior acesso a leitura e à conseqüente formação de uma camada de informação.

A cultura de investimentos começa no orçamento doméstico. Antes de querer investir, é preciso saber organizar as finanças, conhecer os juros pagos, definir metas de poupança.

O segundo passo é estudar e conhecer as possibilidades, para então procurar conselho de alguém mais experiente. Um curso básico sobre mercado financeiro também pode ajudar. A Bovespa, a Andima, o Instituto Nacional dos Investidores e diversas corretoras oferecem cursos.

Mas não é todo mundo que precisa procurar ajuda profissional de nível básico. O advogado societário Fernando Gammino conhece bem o funcionamento das empresas e a importância de práticas de governança corporativa. Isso ajudou na hora de investir em ações.

“Acredito que além da profissão em si, a área de atuação influenciou meus investimentos. Por trabalhar com direito societário, acabo me interessando pelo mercado de capitais e pelo histórico da Bolsa. Outros advogados acabam preferindo comprar imóveis ou aplicar em renda fixa”, comenta Gammino.

sem domínio.Já o médico Felipe Werneck tem uma visão bastante diferente quanto à influência da profissão sobre os investimentos. Com uma carteira diversificada entre ações, fundo de renda fixa, títulos públicos e debêntures, o médico começou a aplicar já na faculdade. Inicialmente, realizava os investimentos mais tradicionais.

“A medicina não me ajudou em nada. Pelo contrário, porque percebo que é muito comum médicos não terem sequer domínio sobre os gastos domésticos. É preciso ter cuidado com as finanças pessoais antes de querer investir”, conta Werneck.

Ele acredita que a medicina ajudou a ter cultura geral, mas não de investimentos. E este é ponto explicitado pelo especialista Paulo Veiga. A facilidade de aprendizado e o interesse por estudo são importantes para o desenvolvimento de cultura financeira, independentemente da área de atuação. Seja da área de ciências humanas, de ciências exatas, tenha ou não ensino superior. O importante é interesse e estudo sobre o mundo dos investimentos, além é claro da organização financeira.

“Duas pessoas com a mesma cultura, com o mesmo nível de formação, mas com nível de poupança diferenciados, vão precisar de investimentos diferenciados”, explica Veiga. É necessário, para ele, que se trace o perfil social, cultural, educacional, econômico e de apetite a risco antes de aplicar.

A educação familiar é mais um diferencial que pode ser decisivo para determinar o perfil de um investidor. Experiências como a da diretora financeira da Business Professional Women do Rio de Janeiro (BPW-Rio) Eliana Bussinger, que acostuma os filhos desde cedo ao sobe-e-desce do mercado financeiro, podem ser determinantes para o perfil dos futuros investidores.

“As pessoas agem dentro de uma família. Acredito que uma parte da relação das pessoas com o dinheiro e com os investimentos seja passada de geração para geração, com a educação dentro de casa”, diz a psicóloga Sandra Jessula, especialista em terapia familiar.

A especialista pondera que não apenas os ensinamentos diretamente ligados a investimento serão transformados em experiências muitas vezes usadas no futuro. De acordo com Sandra, situações corriqueiras podem ser determinantes para o perfil que a criança terá como investidor no futuro.

“Limites em excesso tendem a criar um adulto mais cauteloso, que se sentirá pouco à vontade para arriscar. Enquanto uma criança mais livre e atirada tem mais chance de se tornar um investidor ousado, sem medo de perder. Não fiz uma pesquisa específica sobre isso, mas acredito que esse comportamento deve ser observado também no mercado financeiro”, acrescenta a psicóloga.

Sandra lembra que a educação financeira nem sempre é passada pelos pais. Em muitos casos os avós ou primos mais velhos e bem sucedidos servem como espelhos para as crianças. O principal, segundo a psicóloga, é o incentivo para que as crianças ousem.

“Se a criança arrisca, ela deve ser apoiada porque isso vai ser bom para ela no futuro. Nem sempre o funcionário mais obediente é o melhor funcionário”, ressalta Sandra.

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quinta-feira, abril 12, 2007

Investidores

Um artigo sobre finanças comportamentais, publicado na Gazeta de 12/04/2007

Oportunista versus disciplinado
12 April 2007

12 de Abril de 2007 - Os mercados de ativos de risco, como as bolsas de valores, são famosos por seus altos e baixos. A chamada finança comportamental (behavioral finance) é o campo que aborda as conseqüências dos movimentos dos mercados financeiros sobre o investidor. Nessa cadeira, os acadêmicos buscam compreender como as expectativas dos agentes são formadas e de que forma as reações mais comuns são determinadas.

O professor Amos Tversky - um dos fundadores desse campo de estudo - propôs a Teoria dos Prospectos em 1979, tomando por base um levantamento sobre o comportamento de investidores pessoa física frente às flutuações do mercado financeiro. Uma de suas principais observações é que as pessoas passam por um estresse maior quando experimentam perdas em um mercado de baixa do que se sentem recompensadas por ganhos semelhantes quando o mercado é de alta, mesmo que tal baixa e alta tenham sido da mesma proporção. Ou seja, há uma assimetria nas percepções geradas pelas flutuações do mercado. Não precisamos de um psicólogo para nos dizer que o investidor odeia perder dinheiro.

A grande maioria está perturbada com volatilidade recente dos mercados de risco. No entanto, caso estejamos tratando de um plano de investimentos bem desenhado e um investidor informado, uma parte significativa das apreensões naturais ao aplicador pode ser reduzida, o que tende a favorecer a boa gestão do patrimônio. Um plano sólido de investimentos trabalha sempre com a hipótese de que o mercado irá apresentar períodos de realização. A literatura financeira está repleta de estudos que demonstram a baixa capacidade dos agentes financeiros de antecipar consistentemente tais movimentos. Dessa forma, caso seu objetivo seja superar o retorno oferecido por aplicações conservadoras, como o oferecido por um fundo DI, tenha em mente que, durante alguns períodos, ao menos uma parte de sua carteira enfrentará momentos desfavoráveis. Isso é normal e deve ser visto como uma oportunidade para a gestão de seus recursos.

Se você formulou um plano de investimentos tomando por base suas limitações financeiras, objetivos e tolerância ao risco, não há motivos para apreensão quando o mercado apresenta suas habituais flutuações. A gestão disciplinada de uma alocação definida pelos 3 pontos acima é responsável pela maior parte do retorno de uma carteira que envolve investimentos em diferentes instrumentos financeiros e tenha horizonte amplo (via de regra superior a 12 meses) para acomodar as flutuações e propiciar tempo para que o potencial de alta dos ativos possa se materializar.

Já para o investidor que faz suas aplicações com base na percepção de que esse ou aquele mercado pode apresentar uma oportunidade para os próximos 30 dias, a recomendação que fica é menos tranquilizadora. Esse investidor precisa acompanhar de perto os movimentos dos ativos onde estão seus recursos, sobretudo indicadores antecedentes que possam sinalizar os movimentos futuros dessas aplicações, bem como a evolução do preço de cada um dos ativos de sua carteira.

Além disso, é necessário monitorar com atenção o cenário macroeconômico e político, interno e externo, para tentar prever o melhor momento de fazer ou desfazer posições. Dito isso, não parece razoável para a grande maioria dos investidores pessoa física, sobretudo o pequeno poupador, montar um plano de investimentos de longo prazo que acomode propensão ao risco, limitações orçamentárias, objetivos e que seja capaz de acomodar as flutuações do mercado ao longo do tempo? Nesse caso, a arte está em selecionar um gestor capaz de alocar os recursos em diferentes ativos de tal forma a atender os critérios mencionados.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3 - Aquiles Mosca